Marco Aurélio Cunha está de volta ao São Paulo. Depois de deixar a diretoria em 2010, ainda sob a gestão de Juvenal Juvêncio, o médico e ex-vereador foi apresentado oficialmente pelo clube como novo diretor executivo para comandar o futebol do Tricolor na tarde deste sábado, logo após o treino da equipe no estádio do Morumbi. E logo em suas primeiras palavras, Marco Aurélio não suportou a emoção.
“É uma honra retornar ao meu clube, onde comecei minha carreira”, disse, antes de se silenciar para recompor a voz e já com os olhos marejados. “Aqui foi meu primeiro emprego, por isso voltei. Não por vaidade, não por necessidade. Voltei porque os diretores atuais entenderam que era o momento. O convite me deixou extremamente feliz, agradeço ao Marco Polo por ter me liberado nesse período para ajudar o São Paulo nessa fase mais difícil”, continuou.
Já recomposto, o dirigente respondeu a todas as questões de forma ponderada e sempre muito educada, mas, com propriedade de quem já tem uma vasta experiência na função e conhece o clube como poucos, Marco Aurélio Cunha não deixou de criticar o trabalho feito por seu antecessor Gustavo Vieira e Oliveira.
“Tivemos alguns equívocos em termos de formar uma equipe. Isso está claro. Basta que retorne um nível de contratações. Precisamos ser mais competitivos. A equipe brilha pela competitividade. Precisamos de uma equipe menos glamorosa e mais eficiente. Aqueles times (do São Paulo de 2008, 09, 10) eram assim. A gente precisa ser mais competitivo e ter menos brilho individual”, explicou, deixando claro que pretende mudar a rotina da relação entre elenco, comissão técnica e diretoria.
“Estamos virando a página para uma fase melhor, identificando os pequenos problemas. Não adianta vir aqui, falar palavra de ordem, chutar porta. O jogador quer informação. Jogador é extremamente inteligente. Quando percebe que tem alguém mostrando o caminho correto, ele atende. Quando está muito aberto, não tem um diálogo próximo, há uma dispersão natural”, ressaltou, voltando a apontar alguns tópicos de má gestão.
Por fim, a nova aposta do clube para pôr um ponto final na crise e ajudar a afastar o risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro avisou que o torcedor terá de torcer para o atual elenco sem a esperança de que novos reforços ainda sejam contratados até o dia 16, quando se encerra o prazo para inscrição de jogadores no nacional.
“Contratar é uma arte. Não dá para contratar por bacia. Vamos fazer desde que seja alguém que venha para ajudar nesse momento. Estamos a dois meses e 20 dias para o fim do campeonato. O jogador tem de ser rápido na adaptação e ter condições plenas. Então, prefiro confiar nos que estão aqui. Trazer por trazer não é do meu interesse. Acredito que não devo contratar ninguém, não”, adiantou o novo homem forte do São Paulo.