Ontem à tarde, a Mancha Alviverde divulgou que realizou uma “conversa produtiva com parte do elenco e a comissão técnica do Palmeiras” pela manhã. Mas o clube se manifestou acusando a torcida organizada de invadir a Academia de Futebol e atrapalhar o treino antes da viagem da delegação para Presidente Prudente, onde o time enfrenta o Água Santa às 16 horas (de Brasília) deste domingo, pelo Campeonato Paulista.
Em nota oficial, o Verdão disse “repudiar a ação da Mancha Verde, que invadiu a Academia de Futebol na manhã deste sábado (26). Os integrantes da organizada forçaram a entrada e atrapalharam o último treino da equipe”. As informações são de que não houve agressão, mas a promessa é de punição aos que participaram do ato.
“Diante da prática de se invadir o ambiente de trabalho de profissionais e estatutários na Academia de Futebol, o comando do Palmeiras irá estudar com Federação Paulista de Futebol, Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo e Ministério Público atitudes para que fatos lamentáveis como os de hoje não voltem a acontecer”, comunicou o clube.
O Palmeiras não divulgou quais jogadores e membros da comissão técnica conversaram com os integrantes da Mancha Alviverde. A nota oficial serve, principalmente, para definir a posição do clube, já que o presidente Paulo Nobre, há três anos, prometeu romper qualquer relacionamento com torcidas organizadas e, desde então, vem sendo alvo de xingamentos frequentemente.
“Reuniões com elenco e comissão técnica são prerrogativas exclusivas da diretoria de futebol e da presidência do clube. (…) essa gestão, com todos seus erros e acertos, deixa claro que não admite que ninguém venha a ferir a autonomia do clube e jamais se dobrará a qualquer tipo de pressão”, divulgou a nota.
Torcedores vêm protestando desde a derrota para o Grêmio Osasco Audax, no domingo. Muros do Palestra Itália amanheceram pichados na segunda-feira com as mesmas frases exibidas em faixas no jogo vencido pelo Red Bull na quinta-feira, no Pacaembu, como “Elenco de Série B”, “Cadê o $$$ da Crefisa???” e “Cadê o $$$ do Avanti???”. Com o resultado, o time ainda foi chamado de “sem vergonha” e xingamentos foram direcionados para Nobre e o diretor de futebol Alexandre Mattos.
O Palmeiras perdeu os três jogos sob o comando de Cuca, técnico que, ao lado do goleiro Fernando Prass, foi o único a ter o nome cantado pela torcida antes do jogo de quinta-feira. O time não pode perder do Rosario Central, na Argentina, no dia 6, para evitar a eliminação já na fase de grupos da Copa Libertadores da América e venceu apenas quatro dos 11 jogos já realizados no Campeonato Paulista.
Confira a íntegra da nota oficial do Palmeiras:
“A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público repudiar a ação da Mancha Verde, que invadiu a Academia de Futebol na manhã deste sábado (26). Os integrantes da organizada forçaram a entrada e atrapalharam o último treino da equipe antes da partida diante do Água Santa, válida pela 12a rodada do Campeonato Paulista 2016.
Reiteramos que todo torcedor, organizado ou não, tem total direito de vaiar, cobrar ou reclamar, desde que não aja com violência a pessoas ou patrimônio do clube. Reuniões com elenco e comissão técnica são prerrogativas exclusivas da diretoria de futebol e da presidência do clube.
Diante da prática de se invadir o ambiente de trabalho de profissionais e estatutários na Academia de Futebol, o comando do Palmeiras irá estudar com Federação Paulista de Futebol, Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo e Ministério Público atitudes para que fatos lamentáveis como os de hoje não voltem a acontecer.
Por fim, essa gestão, com todos seus erros e acertos, deixa claro que não admite que ninguém venha a ferir a autonomia do clube e jamais se dobrará a qualquer tipo de pressão.”