Um dos clubes mais tradicionais de Mato Grosso, o Luverdense Esporte Clube segue o processo de reestruturação para voltar ao cenário nacional. A equipe de Lucas do Rio Verde, que chegou a jogar por quatro temporadas a Série B (2014 a 2017) e atualmente não disputa mais campeonatos nacionais, está sob nova direção desde o início do ano passado com o presidente Aluísio Bassani. Ao Só Notícias, o diretor do Verdão, César Capellari, explicou que a direção encontrou o clube com dívidas milionárias e, vem desde então buscando sanar todas as pendências financeiras.
“Quando a gente assumiu o Luverdense em janeiro de 2023, aquela época estava bastante endividado, tinha dívidas fiscais com o governo federal bem alongadas, tínhamos o montante de R$ 4 milhões em dívidas. O clube entrou com Refis (programa de recuperação fiscal) para parcelamento dessas dívidas todas, nós conseguimos diminuir ela em 40% e foram parceladas em cinco anos para pagar. Estamos pagando rigorosamente em dia”, contou.
Segundo o diretor, atualmente o Luverdense está com situação financeira regular. “O clube tinha protestos bancários, processos em cartórios, a situação do clube não era bacana. Então, nesse um ano e meio de gestão da nova diretoria, regularizamos a questão financeira do clube. Hoje se você for pegar o CNPJ do Luverdense não tem nenhum protesto, nem em cartório, nem no banco, nem nada. O clube não tem nenhuma ação trabalhista. Temos essa dívida parcelada do governo federal, mas está em dia”, acrescentou.
Além dos esforços para colocar o clube financeiramente em dia, a diretoria passou simultaneamente a buscar melhorias no futebol do clube, desde questões de infraestruturas. “Também nesse tempo todo a gente reformou o nosso alojamento. Investimentos juntos com parceiros mais de R$ 400 mil, a gente vem num processo de restauração. Esse ano conseguimos fazer um bom campeonato, ficamos em terceiro e ano que vem a gente volta a disputar a Série D”, destacou.
César também afirmou que o clube analisa uma proposta de um investidor de fora de Mato Grosso para virar Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que é um modelo de negócio onde o clube se torna uma empresa. Porém, o dirigente alega que essa mudança pode mudar alguns planejamentos da diretoria. “Isso tudo chamou atenção de um grupo de fora que demonstrou interesse em tornar o Luverdense uma SAF, mas é um grupo fora do Estado. Estamos avaliando a proposta, mas uma coisa para deixar bem ciente para comunidade luverdense é que o Luverdense é um clube que não tem dono, é uma associação que pertence à comunidade de Lucas do Rio Verde. Precisamos fazer uma análise se é interessante a gente tornar o clube SAF, pois a SAF tem dono, o investidor quer ter retorno financeiro em qualquer situação que investir”, avaliou.
Conforme César, atualmente o Luverdense conta com projetos sociais no município e, caso vire SAF, isso pode deixar de ser uma prioridade de clube. “A gente precisa analisar se é interessante tornar o clube SAF principalmente para investidor de fora do Estado. É diferente de investidores de dentro do município que tem a responsabilidade, mas de fora se o cara quiser levar o clube embora ele pode levar. Se ele quiser fechar as portas, ele pode. Então essa é análise que precisamos fazer. Por exemplo, o Luverdense tem parceria com o poder público, um projeto social que vem atendendo 950 crianças. Vamos levar para 1,2 mil crianças o atendimento, conseguimos recursos através do ministério dos esportes de R$ 1,4 mil, onde isso tudo será investido em projeto social, mas a SAF vai dar continuidade no projeto social? É do interesse do cara investir num projeto social?”, ponderou.
“A gente vem de uma mudança de cultura do clube. A gente quer transformar o Luverdense em um clube do município, tem o futebol, já assinamos o ano passado o Luverdense Vôlei, a gente acerta esse mês com o Luverdense Futsal, então queremos transformar em um clube da cidade”, concluiu.
O Luverdense anunciou esta semana que não participará da Copa FMF que será realizada no segundo semestre. O objetivo do clube é continuar a reestruturação e focar nas prioridades do próximo ano, que serão as disputas do Mato-grossense e da Série D.