O atacante Luis Fabiano concedeu nesta sexta-feira uma coletiva de aproximadamente 30 minutos para confirmar sua saída do São Paulo. O contrato do jogador se encerra neste final de temporada e não será renovado pela diretoria chefiada por Carlos Augusto de Barros e Silva. Sem ter sido procurado pelos dirigentes, o Fabuloso disse não se importar com os motivos que levaram o clube a não estender seu vínculo por mais temporadas. Ele, no entanto, recordou a relação amistosa que tinha com o ex-presidente do clube, Juvenal Juvêncio, ao especular o que pode ter pesado contra sua permanência.
“Talvez seja o momento de reformulação. Tudo tem um começo, meio e fim. Talvez este seja o fim. O Juvenal poderia estar aqui e acontecer a mesma situação. A minha relação com ele era especial, porque ele era meio maluco como eu. E dois malucos se entendem. Talvez o Juvenal me chamasse para conversar e explicar a situação”, afirmou o terceiro maior artilheiro da história do São Paulo, com 211 gols. Luis Fabiano, contudo, disse não sentir qualquer remorso da atual presidência tricolor. “Podem não ter me procurado por conta dos problemas maiores que precisam resolver. O Leco acabou de entrar e eu entendo o lado dele. Não estou aqui para pedir motivos. Foi bom enquanto durou e está ótimo”.
Luis Fabiano se mostrou chateado por seu último ano no São Paulo ter sido marcado mais pelas controvérsias políticas do que pelo desempenho da equipe dentro de campo. “Foi um ano muito conturbado, problemático e com muitas coisas atípicas. Nesse momento, a diretoria precisa se preocupar com coisas mais importantes do que a renovação de um jogador. Até hoje vemos que não existe um planejamento para o ano que vem e não se sabe quem será o técnico. Entendo essa parte de não ser procurado, pode ser uma renovação de elenco”, declarou, sem negar o desejo que nutria de se aposentar na equipe. “Se houvesse a possibilidade de encerrar a carreira aqui, nós iríamos conversar numa boa pelo carinho e envolvimento que tenho com o clube. Mas isso faz parte do futebol, chegou o momento de seguir a minha vida e o São Paulo a dele. Torcerei do lado de fora”.
De olhos marejados durante boa parte da entrevista, o Fabuloso afirmou que tem uma proposta bem encaminhada e definirá seu futuro após a partida deste sábado, contra o Figueirense, no Morumbi. Embora seja o último duelo em que atuará como jogador profissional do São Paulo no estádio em que marcou 124 gols, o atacante se negou a receber homenagens da diretoria. “Eu não preciso de homenagem nenhuma. O que ficará são os números, a história e os gols. Isso para mim é o mais importante. Vamos pensar no jogo de amanhã como a última homenagem, o último jogo feliz. É um sentimento diferente, mas espero decidir com uma vitória e um gol. Se possível um gol que classifique o time à Libertadores. Seria a melhor despedida para mim”.
São grandes as chances de Luis Fabiano deixar o São Paulo para acertar com o Tianjin Songjiang, time que disputa a segunda divisão da China e conta com Vanderlei Luxemburgo no banco de reservas. A informação dos bastidores é de que o Tricolor economizará R$ 20 milhões anuais com os salários que deixarão de ser pagos ao Fabuloso e a Rogério Ceni e Alexandre Pato. O goleiro se aposentará no final do ano, enquanto o atacante será devolvido ao Corinthians.