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Lúcio cobra caráter do elenco palmeirense e diz que “não adianta só metade correr”

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O capitão do Palmeiras usou sua entrevista coletiva nesta sexta-feira para mandar um recado ao elenco: é necessário ter caráter para salvar o time. Durante cerca de 20 minutos, Lúcio deu todos os indícios de um grupo rachado, embora negue o fato, e cobrou que todos entrem no mesmo barco e se indignem com a presença na última colocação no Campeonato Brasileiro.

“Precisa de um pouco mais de caráter e dedicação dentro de campo. Futebol é coletivo, não adianta só metade correr e outra metade não correr”, disse o zagueiro. “Essa percepção que tenho é pelos resultados, isso é reflexo no resultado. Não é que eu perceba que alguém está de corpo mole, mas, se os resultados não vêm, alguma coisa está errada.”

O camisa 3 não escolheu palavras para criticar a colegas que não citou nomes, mas espera que seu discurso público faça todos repensarem o que estão fazendo de errado. O Verdão não vence há dez rodadas na competição e o jogador exige que o jejum acabe neste sábado, contra o Coritiba, no Pacaembu.

“Todo jogador precisa, primeiro, ter vergonha da situação. E cada um fazer sua autoanálise, o que é de praxe. Olhar e saber o que está fazendo de bom e ruim, o que pode melhorar para o time. Todos estão no mesmo barco. Cada um tem que analisar o seu trabalho dentro de campo e formar uma equipe que possa entrar em campo determinada e buscar a vitória. A partir de agora, é a única coisa que nos interessa”, declarou, esperando reação.

“Não sou eu que falo nem o que acho, são os fatos: o nosso time está em último, então muitas coisas estão erradas. Não vou brigar com ninguém nem trocar palavras, mas cada um tem que ser homem o bastante para se analisar e entrar em campo sabendo que milhões de torcedores e familiares sofrem. Precisamos fazer a diferença. Tem muitos jogos, mas não podemos esperar. Temos que buscar o resultado o mais rápido possível”, prosseguiu.

Bastante compenetrado, Lúcio até pediu que alguém lhe trouxesse um copo de água durante a entrevista. Mas não esfriou as suas palavras em nenhum momento. Não aceita a presença de argentinos no elenco e na comissão técnica como argumento para a péssima fase e avisou que todos precisam jogar bola.

“Não sei o que pensam os estrangeiros, mas o grupo não está rachado. É normal, em um grupo de 30 e poucos jogadores, ter pessoas com diversos tipos de caráter. Alguns procuram ouvir e, tentar, pelo menos, colocar em prática isso, mas não adiantam 1001 palavras se, na cabeça de alguns jogadores, entra de um lado e sai pelo outro. Só que, no momento, não há melhor forma para ninguém porque estamos na última colocação”, concluiu.

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