Onze anos depois do último confronto direto em uma Copa Libertadores da América, Palmeiras e São Paulo voltam a se enfrentar em um mata-mata da competição sul-americana hoje, às 21h45, no Parque Antártica. Ao contrário do confronto de 1994, quando eliminou o Verdão também nas oitavas-de-final, o Tricolor, desta vez, é tido como favorito.
Atual campeão paulista, o time do Morumbi está com um time bem montado e entrosado, que não tem grandes estrelas. Vindo de bons resultados no Brasileirão, competição em que conseguiu golear o Corinthians em pleno Pacaembu, o Tricolor está claramente mais confiante do que o rival alviverde, que ainda não teve tempo para entrosar suas novas contratações (Juninho Paulista, Marcinho e Washington) com o restante do time, herança dos tempos do “bom e barato” de Mustafá Contursi, antigo presidente do clube.
Grafite deixou transparecer o excesso de confiança do Tricolor na segunda-feira, quando garantiu não se assustar com a pressão que enfrentará no Parque Antártica, na partida de ida do mata-mata. Dos 20 mil ingressos colocados à venda, apenas 2 mil foram disponibilizados para a torcida do São Paulo.
Apesar do pouco apoio que terá nas arquibancadas, o camisa 9 do Tricolor prometeu “entrar na casa do vizinho, abrir a geladeira, mijar de porta aberta”. “Dizem que somos os favoritos. Mantivemos a base e temos um conjunto forte. Por outro lado, o Palmeiras fez grandes contratações”, resumiu Grafite, que espera tirar proveito do nervosismo do adversário, que terá a obrigação de buscar o ataque por estar jogando em casa.
O técnico Paulo Autuori não tem problemas para escalar a equipe. Luizão levou 18 pontos no rosto no último sábado, mas será escalado com uma proteção especial na região do corte.
Apesar de ter planejado seu jogo nos contra-ataques, o São Paulo espera balançar as redes adversárias pelo menos uma vez. Afinal, na atual edição da competição sul-americana, os gols fora de casa serão decisivos em caso de igualdade no saldo de gols ao final das duas partidas do mata-mata. “Queremos vencer, mas um empate com gols não será um mau resultado”, afirma Josué.
O zagueiro Lugano, que está suspenso em jogos do Brasileirão, poderá voltar a compor a defesa com Fabão e Edcarlos. “Desde quinta-feira passada estou podendo me concentrar neste jogo e analisar os atacantes do Palmeiras. Também tive a vantagem de poder descansar para este confronto, que é como uma final de campeonato”, disse o uruguaio, que é símbolo de raça no clube.
No Palmeiras, o técnico Paulo Bonamigo estava comemorando a presença de quase todos os titulares. No entanto, corre o risco de ficar sem o recém-contratado Marcinho. Expulso na Copa Sul-americana 2004, o jogador teria que cumprir um jogo de suspensão pela Libertadores. O departamento jurídico do Palmeiras corre para confirmar a presença do craque no clássico.
Um desfalque confirmado é o volante Magrão, que continua se recuperando de um problema na face e deve atuar na partida de volta. Por outro lado, existem novidades: o meia Juninho Paulista e o atacante Washington, inscritos pelo clube para a segunda fase da Libertadores.
A escalação palmeirense, no entanto, ainda tem uma dúvida. Bonamigo vai implantar novamente o esquema com três zagueiros, mas ainda não decidiu quem fica na lateral, Bruno ou Correa. Caso o segundo seja escolhido, Alceu entra no meio-de-campo.
O favoritismo teórico do São Paulo não deixa a confiança palmeirense abalada. A ordem é abrir vantagem em casa. “O clássico é tradição, é uma partida diferente, com outro tipo de motivação”, explicou Bonamigo, que luta para melhorar o entrosamento de sua equipe.
O centroavante Washington é considerado uma das grandes armas para derrubar o poderoso rival. Em duas partidas contra o São Paulo, atuando pelo Americano de Campos e pela Portuguesa, o atleta marcou três gols. “Espero usar alguma coisa desses jogos para repetir o feito”, disse o jogador.