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Kubica vence pela 1ª vez e lidera o mundial de fórmula 1; Massa é vice

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Demorou 41 corridas, mas finalmente a BMW Sauber conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1. Considerado um dos pilotos mais talentosos da nova geração, o polonês Robert Kubica finalmente teve seu bom trabalho recompensado e venceu a edição 2008 do GP do Canadá. Ironicamente, a glória do jovem piloto do Leste Europeu se deu na mesma pista em que ele quase morreu no ano passado.
O êxito do polonês se deu por conta de um erro bizarro de Lewis Hamilton. Favorito à vitória, o inglês acertou a traseira de Kimi Raikkonen nos boxes, quando ambos travavam uma guerra particular depois que o safety car entrou na pista por conta de um problema com a Force India de Adrian Sutil.

Como se não bastasse, a escuderia alemã, criada antes da temporada 2006 com a compra da tradicional Sauber, ainda tem mais um motivo para comemorar, já que a segunda posição ficou com o outro piloto do time, o alemão Nick Heidfeld. Em terceiro lugar, apareceu o escocês David Coulthard, da Red Bull.

A confusão provocada tinha tudo para beneficiar Felipe Massa, que, antes do safety car, via suas possibilidades de pódio ficarem cada vez mais distantes ao não conseguir ultrapassar Fernando Alonso na briga pelo quinto lugar. Porém, a Ferrari se confundiu na estratégia e o brasileiro teve que passar duas vezes pelo pit lane, perdendo a chance de brigar contra a escuderia alemã.

Mesmo assim, Massa ainda protagonizou a manobra mais espetacular da prova ao ultrapassar Rubens Barrichello e Heikki Kovalainen ao mesmo tempo no hairpin, ganhando o quarto lugar. Isso porque o veterano forçou a ultrapassagem para cima do finlandês, ambos espalharam e o ferrarista foi mais esperto. Porém, o trabalho foi perdido logo em seguida pois Massa precisou entrar nos boxes para reabastecer e trocar os pneus.

Apesar disto, Felipe continuou valente na pista e terminou a prova na quinta posição, somando quatro pontos no campeonato e chegando aos 38. Agora, o brasileiro divide a vice-liderança do Mundial com Lewis Hamilton – o inglês leva vantagem nos critérios de desempate. Ambos possuem três pontos a mais que o atual campeão Kimi Raikkonen. O novo líder é Kubica, com 42 pontos – vale ressaltar que jamais um polonês havia vencido uma prova de Fórmula 1.

Quem também brilhou neste domingo foi Rubens Barrichello. Optando pela estratégia de apenas uma parada, o brasileiro foi bastante beneficiado pela lambança de Lewis Hamilton e chegou a liderar a prova por algumas voltas. O fato não era visto desde o GP dos Estados Unidos de 2005, uma prova marcada pela participação de somente seis carros, graças ao protesto das equipes que usavam pneus Michelin.

Entretanto, naquele momento Rubinho ainda tinha que parar nos boxes e aí foi prejudicado pelo trabalho ruim da Honda, que demorou excessivamente para liberar o veterano, diminuindo as chances de pódio dele. Depois, quando estava na quarta posição Barrichello ainda foi passear na grama, sendo ultrapassado por Timo Glock. Em seguida, acabou superado por Jarno Trulli e Felipe Massa, terminando em sétimo lugar.

Com o cargo na Renault ameaçado, Nelsinho Piquet foi do céu ao inferno no Canadá. Se nas primeiras voltas, ele demonstrou muito talento ao conseguir duas belas ultrapassagens sobre Timo Glock e Jarno Trulli, minutos mais tarde ele rodou sozinho e perdeu toda a possibilidade de pontuar. De quebra, por pouco acertou Felipe Massa ao tentar voltar à pista, assumindo o último lugar. Posteriormente, teve problemas no equipamento e se recolheu aos boxes.

Se serve como consolo, o companheiro de Nelsinho na Renault também não conseguiu somar pontos. Outro a se dar bem com a maluca prova canadense, o espanhol Fernando Alonso era terceiro colocado e pressionava Nick Heidfeld com bastante agressividade. Em dado momento, porém, perdeu a marcha e rodou sozinho, indo parar no muro e abandonando a disputa mais uma vez frustrado.

A corrida – Único entre os dez primeiros a largar com pneus macios, Lewis Hamilton foi atacado por Robert Kubica nos primeiros metros da prova, mas se defendeu bem e logo disparou na frente. Com um equipamento mais rápido que o do rival, ele passou a voar baixo e, com cinco voltas, já possuia 3s024 de vantagem sobre o polonês.

Outro que apresentou um bom desempenho na largada foi o brasileiro Rubens Barrichello, que pulou da nona para a sétima posição. Porém, o carro da Honda não colaborou na rápida pista canadense e logo ele voltou à sua colocação inicial, sendo ultrapassado com relativa facilidade por Heikki Kovalainen e Nick Heidfeld.

Enquanto isto, Felipe Massa travava uma intensa briga com Nico Rosberg, da Williams, e Fernando Alonso, que perdeu o quarto lugar para o alemão na largada. Nelsinho Piquet, por sua vez, não comprometeu, mas também não se destacou, mantendo-se na 15ª colocação, mesma posição na qual se alinhou no grid de largada.

O filho do tricampeão mundial, porém, começou a fazer bonito a partir da volta 10. Primeiro, ele mostrou ousadia ao ultrapassar Timo Glock, da Toyota. Confiante com a bela manobra, ele partiu para cima do italiano Jarno Trulli e passou o italiano ao retardar a freada no ponto em que o asfalto foi restaurado. Ao mesmo tempo, o responsável da Renault, Flavio Briatore acompanhava tudo atentamente dos boxes.

Todo o trabalho construído por Hamilton, porém, foi perdido na volta 17, quando o safety car entrou na pista por conta de um princípio de incêndio no carro de Adrian Sutil. Aparentemente, o piloto da Force India sofreu um super aquecimento no sistema de freios. O ocorrido fez com que boa parte das equipes repensassem a estratégia dos boxes.

Foi aí que ocorreu o momento decisivo da corrida. Com a reabertura do pit lane, os líderes resolveram antecipar sua primeira parada. A McLaren, entretanto, fez um trabalho muito ruim com Hamilton, que, de forma estabanada, tentou tirar a diferença ainda antes de voltar à pista. Pior para Kimi Raikkonen, que, parado, aguardava a luz verde para retomar a prova e foi acertado em cheio pelo inglês.

A confusão tinha tudo para favorecer Felipe Massa, mas o brasileiro mais uma vez foi prejudicado por um erro da Ferrari. Isso porque ele entrou nos boxes pouco depois de Raikkonen, mas não pôde ser atendido e teve que entrar nos boxes novamente, caindo para o último lugar.

O problema todo foi benéfico para Kubica, Alonso e Nelsinho Piquet, que, apesar de estarem respectativamente em décimo, 11º e 12º lugar, eram os primeiros na pista a ter feito uma parada. Na frente, Rubens Barrichello assumiu o segundo lugar e voltou aos momentos de glória ao liderar a corrida depois de Nick Heidfeld entrou nos boxes. Quase que simultaneamente, Nelsinho Piquet voltou a se comprometer ao rodar sozinho e cair para a lanterninha.

Quando finalmente entrou nos boxes, Rubinho não contou com um bom trabalho da Honda, que demorou excessivamente e o fez perder a posição David Coulthard. A partir daí, a corrida virou uma verdadeira guerra de estratégias entre as equipes, com grande vantagem para a BMW Sauber.

Empolgado com as possibilidades abertas, Fernando Alonso por pouco não acertou a traseira de Nick Heidfeld no hairpin do circuito Gilles Villeneuve na briga pelo segundo lugar. Algumas voltas mais tardes, ele voltou a tentar a ultrapassagem novamente no mesmo ponto, mas tomou o xis. Na sequência, porém, o espanhol escapou e bateu sozinho no muro, saindo da disputa. Pelo rádio, ele informou a equipe que teve um problema de marcha.

De qualquer forma, Alonso já havia sido decisivo na classificação final, pois seus constantes ataques a Heidfeld permitiram que Kubica disparasse na frente, abrindo vantagem suficiente para fazer sua segunda parada nos boxes. Com uma pilotagem irretocável, o polonês guiou tranquilamente para sua primeira vitória na categoria.

Utilizando toda a potência de seu carro, Felipe Massa também fez bonito ao conseguir uma dupla ultrapassagem sobre Rubens Barrichello e Heikki Kovalainen no hairpin. Na sequência, entretanto, ele teve que fazer outra parada para reabastecimento e caiu para o sétimo lugar. Mesmo assim, fez bonito e ainda pôde comemorar uma quinta posição, que lhe faz alcançar Lewis Hamilton na tabela – o inglês, porém, leva vantagem nos critérios de desempate: o piloto da McLaren tem um 13º lugar a mais.

Confira a classificação final do GP do Canadá:

1º – Robert Kubica (POL/BMW) – 70 voltas
2º – Nick Heidfeld (ALE/BMW) – a 16s4
3º – David Coulthard (ESC/Red Bull) – a 23s3
4º – Timo Glock (ALE/Toyota) – a 42s6
5º – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – a 43s9
6º – Jarno Trulli (ITA/Toyota) – a 47s7
7º – Rubens Barrichello (BRA/Honda) – a 53s5
8º – Sebastian Vettel (ALE/Toro Rosso) – a 54s1
9º – Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) – 54s4
10º – Nico Rosberg (ALE/Williams) – a 57s7
11º – Jenson Button (ING/Honda) – a 67s5
12º – Mark Webber (AUS/Red Bull) – a 71s2
13º – Sebastién Bourdais (FRA/Toro Rosso) – a uma volta

Abandonaram

Giancarlo Fisichella (ITA/Force India) – volta 51
Kazuki Nakajima (JAP/Williams) – volta 46
Fernando Alonso (ESP/Renault) – volta 44
Nelsinho Piquet (BRA/Renault) – volta 39
Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) – volta 19
Lewis Hamilton (ING/McLaren) – volta 19
Adrian Sutil (ALE/Force India) – volta 13

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