Acumulando uma dívida superior a R$ 1 milhão em uma ação trabalhista envolvendo vários ex-atletas, o Mixto Esporte Clube teve o valor da bilheteria do jogo contra o Santos, na Arena Pantanal, direcionado para uma conta judicial por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A medida foi tomada pelo juiz Paulo Roberto Brescovici em caráter de urgência. A promotora do evento foi notificada em duas ocasiões.
O processo tramita desde 2010 e é referente a cobrança de salários não pagos aos jogadores do clube. A advogada dos ex-atletas Josinéia Sanábria Ortiz Prado cita que vários funcionários do Mixto que sentiram-se prejudicados fazem parte da ação, mas não soube precisar o número exato. Afirma ainda não ter sido informada sobre o “sequestro” do valor da bilheteria.
Entre os atletas que recorreram à Justiça nesta ação para receber os salários atrasados está o ex-lateral direito Diego Nunes, 30 anos. Ele relata que jogou no Mixto por dois anos e deixou o clube em 2008, motivado pela falta de pagamentos. Estima que deixou de receber seis meses de salários. “Pagavam um mês, deixavam outro para trás e assim o clube foi levando. Mas chegou em um ponto que não deu mais”.
Hoje, Nunes trabalha como motorista e comenta que jogo de futebol somente como amador. Mas ainda tem esperança de receber os direitos que são garantidos pela lei. Conforme o processo, o passivo trabalhista e previdenciário do Mixto está estimado em aproximadamente R$ 1 milhão. Inicialmente, a promotora do jogo na Arena ofertou um depósito de R$ 25 mil como g a r a n t i a , que foi negado pelo juiz. O magistrado entendeu que a quantia estava muito aquém da dívida, ressaltando ainda que a penhora de R$ 500 mil, referente ao contrato de patrocínio de uma empresa para o clube, não havia sido repassada até a data da decisão.
Outro lado – o presidente do Mixto, Eder Moraes, foi procurado, mas estava com o celular desligado. Segundo a assessoria de imprensa, somente ele está comentando o assunto.