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Jovem nascido em Alta Floresta se destaca na base do Santos

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De bota, chapéu, camisa xadrez, calça de boca de espingarda e montado em um cavalo, Natan parece mais um peão do que jogador de futebol. Nascido e criado no interior do Mato Grosso, o atacante da equipe sub-20 do Peixe leva consigo as marcas de uma infância com muitas aventuras no sul da Amazônia, o amor e cuidado incondicional pela família e o sonho de brilhar no time que seu avô ensinou a torcer.

Natural de Alta Floresta, Natan começou a se interessar por futebol aos seis anos de idade. Jogando bola na rua, o garoto foi se apaixonando cada vez mais pelo esporte mais amado do Brasil. A vontade de jogar era tanta, que o menino não gostava nem de tomar café da manhã para logo ir brincar com seus amigos pelo bairro.

“Costumava jogar bola em um campinho perto de casa. Levantava cedo e já queria correr para lá, as vezes até sem tomar café. Em uma dessas manhãs, não quis nem calçar um tênis. Fui descalço mesmo. Minha mãe disse para eu não fazer aquilo, pois, ia me machucar. Eu era um moleque teimoso e não voltei para pôr o tênis e, logo nos primeiros toques na bola, chutei o chão e abri a “tampa” do dedão. Voltei pra casa e tentei esconder, mas tomei a maior bronca. Nunca me esqueci desse dia”.

Aos oito anos, quando se mudou com sua família para Paranaíta, cidade vizinha de Alta Floresta, Natan entrou no Independente Futebol Clube. Neste time, o mato-grossense permaneceu até os 11 anos de idade, quando conseguiu uma avaliação no Santos FC, em fevereiro de 2009, através da Franquia Meninos da Vila de Sinop.

“Estava jogando pelo Independente quando o pai do Jean Chera (Celso Chera) me viu em campo. Ele era amigo do Biro (Júlio Cezar), dono da franquia Meninos da Vila de Sinop (MT), e conversou com ele (Biro) pedindo para me ajudar em uma avaliação no Santos FC. Passei no teste da franquia e agendaram a minha ida ao CT Meninos da Vila. Quando fui, meus pais ficaram assistindo em cima do muro. Fiquei um pouco desanimado no começo, pois, só ficava no banco esperando. Mas na primeira oportunidade, marquei três gols e me destaquei. O senhor Chico Formiga (Ídolo eterno) chamou meus pais ao final do treino e disse que eu estava aprovado. Fiquei muito feliz, afinal, torço para o Santos FC desde pequeno, graças ao meu avô (Nicanor Ferreira Dutra)”.

Nestes sete anos na base santista, Natan conquistou a Copa Volkswagen Júnior Masters Sub-13 (2009), os Paulistas Sub-13 (2010) e Sub-17 (2014) e a Copa Nike Sub-15 (2012). Grato pelas experiências até aqui, o Menino da Vila sonha em chegar ao profissional do Peixe e conquistar grandes campeonatos com seu clube de coração.

“Cheguei aqui sem saber quase nada. Tudo o que sei sobre futebol eu aprendi hoje aqui. Tenho ainda mais amor por essa camisa e sonho em honrar este clube. Quero jogar no time principal e vingar aqui no Santos FC. As vezes me pego sonhando em como deve ser vencer um Brasileiro, uma Libertadores e um Mundial. Quero muito isso”, disse o garoto, que ainda tem vontade de atuar pelo Real Madrid e pela Seleção Brasileira.

Com fortes ligações às suas raízes, Natan é o típico interiorano brasileiro. Fã de Milionário e José Rico, Leandro e Leonardo e João Carreiro e Capataz, o jogador conta que além de gostar de música sertaneja, também tem por hobby passeios a cavalo.

“Vim de um lugar quieto, então, gosto de ficar em casa vendo filme, ouvindo modão sertanejo e curtindo minha família. Também gosto muito de andar a cavalo. Quando vou para o Mato Grosso sempre monto e saio para passear. Faço isso desde pequeno com meu pai (Joarez Panho Dutra). Nestes passeios eu já cheguei a ver cobras, jacarés e até onças. Já tive que sair com o cavalo bem devagar para uma onça não avançar em mim. Se ela viesse para cima, não tinha o que fazer”, comentou o garoto, que aprendeu a nadar aos 10 anos de idade após quase se afogar em um rio que corta sua cidade.

“Estava brincando em uma casa flutuante de um amigo, minha irmã me empurrou e eu comecei a fundar. No desespero, bati tanto meus braços que nadei até a margem. Fiquei assustado. Mas meu pai me pegou no colo e disse que agora que eu já tinha aprendido a nadar na marra, ia continuar treinando. Depois disso, ele me jogou no rio de novo e eu nunca mais me afoguei”, contou Natan, com um grande sorriso pela lembrança.

Além da forte ligação com sua terra natal, Natan é muito apegado à família. Em seu braço direito, a frase “Família amor eterno” homenageia seu pai, Joarez Panho Dutra, sua mãe, Ana Aparecido Silvério Dutra, e sua irmã Graziele Alexandra Dutra. Incentivado por eles, o garoto de 19 anos se sente mais forte para correr atrás de seu sonho.

“Minha família vai em todos os lugares que eu jogo. Isso é muito importante para mim. Quando eu cheguei no clube foi difícil, pois, tive que passar um bom tempo longe deles. Morei em quatro casas diferentes em Santos. Mas desde 2014 estamos juntos na Baixada Santista e isso é bom demais. Eu quero dar uma condição melhor de vida para meus pais e para minha irmã, que sofre de paralisia cerebral. Eu ajudo a tomar conta dela quando meus pais saem. Desde pequeno, mesmo sendo mais novo, eu me preocupava em ajudá-la até atravessando a rua. Com certeza eles me dão um gás maior para jogar e eu preciso retribuir tudo isso”.

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