Teve um pouco de suspense, mas o terror passou longe do Beira-Rio, nesta quinta-feira. O Inter está vivo na Copa Libertadores. Com o ataque e a defesa fazendo o seu papel ao mesmo tempo, o Colorado alcançou um lugar nas quartas de final. O 2 a 0 aplicado sobre o Banfield, da Argentina, era o necessário para colocar o time gaúcho como adversário do Estudiantes, em um reencontro dos finalistas da Copa Sul-americana de 2009. O resultado colocou o placar agregado empatado no 3 a 3. Porém, a diferença foi o golaço marcado por Kleber na Argentina, na derrota por 3 a 1, um gol qualificado na sua beleza e na matemática da competição.
Buscando o gol o tempo todo, o Inter dominou as ações. Mesmo sem fazer uma pressão sufocante, os gaúchos estavam sempre no campo de ataque. O gol de Alecsandro, aos 42 do primeiro tempo, deu a tranquilidade, evitando desespero na segunda etapa. Os colorados não precisaram sofrer. Logo aos 12 minutos, Walter ampliou. Antes de enfrentar o Estudiantes, o Inter inicia a busca pelo tetra do Brasileirão, no domingo. O adversário da estreia será o Cruzeiro, no mesmo Beira-Rio.
A cada toque na bola de um jogador colorado, o torcedor, na arquibancada, sentia dentro de si a esperança renovada de reverter o placar do primeiro jogo. O sentimento dos colorados de acreditar ressurgiu inúmeras vezes, pois o Inter tinha constantemente a possibilidade de atacar. Todos queriam dois gols e nada mais. O problema era atacar com qualidade. A falta de um lateral esquerdo reserva na lista de inscritos obrigou Fabiano Eller a ser colocado na posição. O titular, Kleber, cumpriu suspensão automática. Sem as manhas de atuar naquele setor, Eller desperdiçava lances levantando para o nada logo após atravessar a metade do campo.
O lado em que o time de Jorge Fossati atacava dependia de onde estava Walter. Se o atacante caia na direita, por ali o Inter avançava. Se estava na esquerda, a jogada se desenvolvia naquela região. A primeira chance de gol demorou 12 minutos, quando D”Alessandro, da entrada da área, acertou o travessão. A insistência colorada esteve presente. O Inter nunca deixou de tentar. Porém, não era uma pressão suficiente para o Banfield escapar de sofrer inúmeros gols. Não era uma atuação heróica, nem dos brasileiros, nem dos argentinos. Os gaúchos chutavam pouco a gol. Dominar a bola dentro da área era a mais difícil das jogadas a ser concretizada.
Os argentinos assustaram somente uma vez. Em contra-ataque de três contra três, Fernández tocou rente à trave direita de Abbondanzieri. O clima não era de impaciência, mas a frustração começava a aparecer até surgir o gol, aos 42 minutos. O lance iniciou com Walter na esquerda. Passou por D”Alessandro, no meio. Chegou até Andrezinho na direita. O meia tocou na saída do goleiro para Alecsandro marcar com o gol escancarado, terminando com um jejum de quase um mês sem ir às redes. A esperança, novamente, se renovou. Metade do trabalho havia sido cumprida. O Inter conseguiu marcar o primeiro sem pensar no segundo.
A arbitragem esteve no foco do primeiro jogo. No início do segundo tempo, os colorados reclamaram de pênalti em Alecsandro. Na primeira etapa, o Banfield reivindicou uma penalidade em um toque de mão do centroavante em sua área. Quando Fabiano Eller descobriu a linha de fundo o Inter desafogou. A torcida berrou gol. O zagueiro/lateral recebeu de D”Alessandro para tocar na cabeça de Walter, aos 12 minutos, dando o resultado necessário. Assim como Alecsandro, Walter também não marcava há tempo. Seu último gol tinha sido em 10 de abril.
Precisando descontar, o Banfield passou a atacar. Chegou três vezes ao ataque, mas sem chegar sequer próximo do seu objetivo. Ao lado do gramado, Fossati arregalava os olhos Sem piscar, atento a tudo que ocorria nas quadro linhas, ele viu Walter chutar em cima do goleiro, aos 18 minutos. Para diminuir a tensão, o Banfield teve Rodríguez expulso, aos 36 minutos. Sem sofrer, o Inter segurou o resultado para avançar na Libertadores.