Sobrinho de Dudu, um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, Dorival Júnior se inspirou em outro grande nome do clube e um ex-treinador seu para lidar com a expulsão de Valdivia contra o Flamengo. O técnico lembrou ensinamentos de Emerson Leão e resolveu o problema em 24 horas, confirmando punição interna ao chileno.
“Aprendi ainda como jogador que um problema não pode ter mais do que 24 horas, precisa ser resolvido. A diretoria chamou o Valdivia ontem (quinta-feira), conversamos todos juntos e está tudo resolvido. Um problema como esse não pode passar impune. Se não é por amor, é pela dor”, disse o treinador.
Dorival só não confirmou qual tipo de punição, e o clube não se manifesta oficialmente sobre a possibilidade de multa ao seu jogador mais caro, que deixou o time com um a menos por dez minutos e, sem ele, o Verdão levou bola na trave e viu Lúcio evitar a derrota salvando chute em cima de linha.
De qualquer forma, como aprendeu ao ser comandado por Leão em 1988 no São José, o ex-volante gostou da punição. “Se a diretoria e o Valdivia quiserem, que se posicionem. Da minha parte, estou satisfeito a disciplina faz parte e tem que prevalecer em todas as circunstâncias. Isso é importante em um grupo de trabalho e o Valdivia entendeu muito bem isso”, afirmou.
Se o camisa 10 fez questão de dar entrevista ainda na quarta-feira pedindo desculpas e assumindo seu erro, Dorival não se interessou muito pelas justificativas. O técnico, que deu ao ainda jovem Neymar uma punição no Santos em 2010, compreendeu o ato que o próprio atleta definiu como “idiota e infantil” e tratou logo de dar uma lição pensando em melhora no futuro.
“Jogamos bola e sabemos que aquilo é uma jogada de momento, da situação da partida. Há um descontrole momentâneo e o jogador toma uma posição. Foi o que aconteceu. Depois de passado, não adianta tentar ficar justificando porque acaba sendo pior. Preferimos conversar para frente do que acabou acontecendo”, contou, pedindo, agora, bom senso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que o julgará por agressão e pode puni-lo entre quatro e 12 jogos de suspensão.
“Vamos aguardar para ver o que acontece para emitir opinião. Mas tem que existir o bom senso. Temos que assumir os erros, mas, ali no movimento, já deu para ver que ele percebeu que fazia a coisa errada, o arrependimento foi automático. Houve erro, mas tem que ser pago dentro de um critério justo. Queremos contar com ele o máximo de partidas porque é importantíssimo para nós”, declarou.