Ao não exercer prioridade para renovar com Henrique, Paulo Nobre encaminhou uma ação que é rotina em sua gestão: deixar artilheiros saírem do Palmeiras. Alguns torcedores podem até não reclamar, já que quem mais fez gols no centenário sofreu com contestações, mas o atacante deve integrar a lista que tem as polêmicas negociações de Barcos e Alan Kardec.
Autor de 18 gols em 39 jogos no clube, Henrique era o artilheiro do Brasileiro até a penúltima rodada da competição, quando Fred, do Fluminense, o ultrapassou e ficou com o posto. Mas seu desempenho não convenceu a diretoria a buscar US$ 2,5 milhões (R$ 6,64 milhões) para pagar ao Mirassol por 50% de seus direitos econômicos.
Com a intenção de manter o atacante, o presidente do Verdão chegou a acertar salários. Mas freou a procura por investidores para a renovação quando o jogador ficou cinco partidas sem marcar – só quebrou o jejum ao converter cobrança de pênalti na última rodada do Brasileiro.
Após a reformulação do departamento de futebol, Henrique passou a ser opção no Palmeiras só em caso de novo empréstimo. Como tem sondagens do futebol exterior, o Mirassol e o grupo de empresários que comanda a carreira do centroavante preferem aproveitar a chance de lucrar com a negociação e, por isso, a sua saída já é dada como certa no Verdão.
Com impacto bem maior, o mesmo já ocorreu com os antecessores no posto de artilheiro com a camisa alviverde. Alan Kardec chegou a ser idolatrado por alguns torcedores, mas foi um divisor de águas no primeiro mandato de Nobre, que alongou a negociação para gastar menos, tentou economizar R$ 5 mil em salários e acabou vendo o jogador parar no São Paulo em junho.
Já Barcos foi a primeira decisão polêmica do presidente. Menos de um mês após assumir o cargo e contratar José Carlos Brunoro como diretor executivo, Nobre liberou o artilheiro do time em 2012 para o Grêmio em troca dos empréstimos do zagueiro Vilson, que já tinha acertado antes mesmo da saída do argentino, do volante Léo Gago, do meia Rondinelly e do atacante Leandro, além de uma porcentagem em caso de venda do centroavante Marcelo Moreno, que se recusou a jogar no Verdão. De todos esses, só Leandro renovou, sob custo de R$ 8 milhões antes de gerar ira na torcida em 2014.
Agora sem Henrique, a aposta é em nome que já ouviu xingamentos de palmeirenses. Oswaldo de Oliveira indicou Rafael Marques, que passou pelo clube em 2004 e jogou pouco, mas o suficiente para ser contestado. O centroavante de 31 anos trabalhou com o técnico no Botafogo e está no Henan Jianyea, da China. Para o ataque, o Palmeiras, até agora, trouxe Leandro, que atuou pela Chapecoense e custou cerca de R$ 5 milhões.