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Há 20 anos, tetra dava a Dona Lúcia alegria genuína com Parreira

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A ilustre Dona Lúcia, citada por Carlos Alberto Parreira como exemplo de torcedora, admite não conhecer muito de futebol, mas certamente vibrou de maneira genuína com o título da Copa do Mundo de 1994, conquistado sob o comando do então treinador. Há exatos 20 anos, o time liderado por Romário e protegido por uma sólida defesa venceu a Itália nos pênaltis.

A Seleção Brasileira vivia um jejum de 24 anos e dividia o status de tricampeã mundial com Itália e Alemanha. Neste contexto, o povo não mediu esforços na tentativa de ajudar o time canarinho nos Estados Unidos. Na véspera da decisão, o jornal A Gazeta Esportiva noticiou um imprevisto na preparação espiritual do elenco.

“A equipe de Parreira poderá sofrer influências negativas, pois a segurança da Fifa não permitiu que os babalorixás brasileiros, saídos do País única e exclusivamente para fazer os trabalhos, tivessem acesso à concentração para desobstruir os caminhos de Romário e companhia”, informou o periódico.

Com o clima seco da Califórnia, havia risco constante de incêndio, o que aumentou a fiscalização em Los Angeles. “Nem os tradicionais despachos, com acendimento de velas e sacrifícios de pequenos animais, têm sido possíveis”, noticiou o diário paulistano.

É provável que até a tolerante Dona Lúcia tenha pedido a convocação de Romário, responsável por liderar a equipe até a final. Com a Seleção jogando para o gasto ao longo do Mundial, as críticas a Carlos Alberto Parreira e Mário Jorge Lobo Zagallo, então coordenador, foram intensas. Ainda assim, o treinador não perdeu a pose.

“Ele pode ser chamado de retranqueiro, ortodoxo, defensivista e pouco ousado. Mas a única coisa que não pode ser dita a respeito de Carlos Alberto Parreira é que se trata de um técnico nervoso, mal educado e instável. Em 60 dias de treino, nunca foi possível vê-lo irritado com isso ou aquilo. O nervosismo, ele deixou para Zagallo”, informou A Gazeta Esportiva.

Pela única vez na história das Copas, a final terminou em 0 a 0 após o tempo normal e a prorrogação. Na decisão por pênaltis, para grande felicidade de Dona Lúcia, a Seleção Brasileira venceu por 3 a 2, já que o astro Roberto Baggio, então melhor jogador do mundo, bateu a última cobrança por cima do gol defendido por Taffarel.

“Vitória pessoal de Parreira”, estampou A Gazeta Esportiva no dia seguinte ao título. Apesar das intensas críticas recebidas desde as Eliminatórias, algumas com crueldade sem limites, Carlos Alberto Parreira foi elegante e citou a canção My Way, do norte-americano Frank Sinatra, que à época arrancava suspiros de muitas “donas”.

“Sempre confiei no meu trabalho. A vida é feita de convicções. Você tem que acreditar em algo, e não mudar de acordo com as coisas que acontecem no caminho. Fiz como o Sinatra e segui meu caminho. Estou satisfeito por ter feito as coisas da minha maneira e ter dado tudo certo”, declarou Parreira, com toda humildade que lhe é peculiar.

O técnico festejou de maneira contida dentro no gramado do Rose Bowl, descreveu A Gazeta Esportiva. “Conquistado o título, ele manteve a frieza na hora da comemoração. Um abraço nos médicos Lídio Toledo e Mauro Pompeu, algumas lágrimas e os cumprimentos do zagueiro Ricardo Rocha deram início a sua festa”.

O tetracampeonato mundial será eternamente questionado, mas a Seleção alcançou números respeitáveis ao final da campanha. Baseado em uma defesa sólida, protegida por aguerridos volantes, o time sofreu apenas três gols, um recorde para qualquer campeão até então. Com 11 tentos, o Brasil teve o segundo melhor ataque – Romário (5) foi um dos vice-artilheiros.

“É mentira que não deixo meus jogadores atacarem. A Seleção nunca perdeu a fantasia. Cada um tinha liberdade para criar e mostramos isso com os gols na Copa. Estou muito satisfeito, porque o Brasil voltou a ser o primeiro do mundo com um grupo no qual o maior mérito foi o espírito de superação desde o início”, declarou Parreira.

O triunfo sobre a Itália foi especial na medida em que colocou panos quentes sobre a incurável ferida aberta pelo carrasco Paolo Rossi na Copa do Mundo de 1982, quando Dona Lúcia sofreu ao lado dos compatriotas e certamente lamentou pelo íntegro e corajoso técnico Telê Santana.

A vitória também proporcionou a redenção para os atletas marcados pela decepção na Copa de 1990, como Taffarel, Jorginho, Dunga e Branco, além do próprio Romário, que sucumbiram na Itália sob o comando de Sebastião Lazaroni – seria Dona Lúcia capaz de defendê-lo como um ser humano ímpar?

“Nunca mais não existe no futebol. Digo apenas que meu ciclo vai terminar com essa Copa”, afirmou Parreira. O comandante do tetracampeonato retornou e dirigiu a Seleção Brasileira no Mundial de 2006. Como coordenador de Luiz Felipe Scolari, participou do recente fracasso na Copa de 2014.

Se em 1994 Parreira contou com o bravo Dunga como capitão, há pouco viu a braçadeira com o lacrimejante Thiago Silva. A defesa, orgulho por tomar apenas três gols há 20 anos, levou sete só dos alemães. Já Dona Lúcia deixou o status de brasileira anônima e hoje bomba na Internet.

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