Se é difícil entrar em campo com muitos desfalques, o Grêmio viu ser menos complicado furar a defesa do Atlético-MG, a mais vazada nas seis rodadas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Apesar de não poder contar com quase uma dúzia de jogadores, entre reservas e titulares, o Tricolor superou o Galo por 2 a 1, no Olímpico. Os três pontos deixam o time de Silas na nona colocação, enquanto Luxemburgo viu sua equipe ingressar na zona de rebaixamento, ocupando o 17º lugar.
A partida evidência um problema crônico em cada time. Independente do esquema, com dois ou três zagueiros, o Atlético-MG possui sérios defeitos defensivos. Esta noite no 3-5-2, com a bola rolando a defesa foi efetiva, mas na bola parada ficou olhando Hugo cabecear para o gol em duas oportunidades. O resultado coloca o Galo, novamente, como dono da pior defesa do Brasileirão, com 15 gols sofridos.
A noite de quinta-feira reforçou os pensamentos do Grêmio. Sem Borges e Jonas o ataque não funciona. É preciso mais um atacante de qualidade no elenco. Sem a dupla artilheira, Roberson esteve escondido em campo e William manteve a série de más atuações. Sorte foram as bolas paradas de Fábio Rochemback. Em um escanteio e em uma cobrança de falta, o volante encontrou Hugo, autor dos dois gols gremistas.
Além da vitória, o torcedor gremista no Olímpico teve outra boa notícia. Após algumas falhas, Victor voltou a mostrar a segurança de sempre. Em três oportunidades, o goleiro efetuou boas defesas, segurando o resultado.
Antes da parada para a Copa do Mundo, o Grêmio enfrentará o São Paulo, no Morumbi. O adversário do Atlético-MG será o Ceará, no Mineirão, no confronto da melhor contra a pior defesa da competição.
O jogo – Colocados em uma balança os problemas dos dois times com desfalques, ela permaneceu equilibrada, assim como foram os 45 minutos iniciais. As equipes mostraram muita vontade na marcação e pouca criatividade com a bola nos pés, transformando a partida em um confronto onde a bola passou distante dos goleiros na maior parte do tempo.
O Atlético, em cobrança de falta, deu o primeiro chute a gol, aos 3 minutos. A cobrança de João Pedro explodiu nas mãos de Victor, mantendo o 0 a 0. Placar que tinha cara de poder se perpetuar no Olímpico.
Faltava em campo alguém capaz de ter vitória pessoal sobre os adversários. Mesmo adiantando, por vezes, um dos meias para tentar eliminar a sobra dos três zagueiros do Galo, os gremistas não obtinham vantagem. Faltavam lances em profundidade. As defesas, bem postadas, não davam espaços para jogadas em velocidade. Sem Jonas e Borges e tendo de contar com William e Roberson, o ataque gremista foi previsível. No Atlético-MG, Ricardinho, sozinho na armação, foi neutralizado, deixando Diego Tardelli e Muriqui a parte do jogo.
O primeiro bom lance ofensivo gremista saiu em chute de Adílson, aos 25 minutos. O meio campista encheu o pé na frente da área, tocando sobre o gol.
Em um encontro sem oportunidades, a bola só poderia ir às redes em um lance de bola parada ou em uma jogada insólita. Assim saíram os gols. Um de cada maneira. Em cobrança de escanteio, aos 37 minutos, Hugo testou, colocando o Grêmio na frente. O Atlético-MG empatou no minuto final, em um chute despretensioso de Ricardinho, a bola desviou em Ozeia, vencendo Victor.
Tinha que ser na bola parada. Não havia outra alternativa ao Grêmio. A foto foi parecida. Fábio Rochemback ajeitou a bola, desta vez para cobrar falta. Em um levantamento preciso, Hugo, livre, tocou para dentro do gol, colocando, outra vez, o Tricolor em vantagem, aos 15 minutos.
Novamente em desvantagem, os atleticanos passaram a jogar o que ainda não tinham jogado em Porto Alegre. Liberando seus alas, o Galo passou a pressionar o Grêmio, prendendo o Tricolor em seu campo por alguns minutos. Em rebote do escanteio, Lima arrematou para Victor tocar para a linha de fundo.
Na ação seguinte, Adilson saiu jogando errado, Muriqui bateu para o goleiro gremista salvar. No rebote, a bola sobrou livre na risca da pequena área, o gol estava livre, era só tocar para o fundo dele. Mas Diego Macedo bateu desequilibrado, vendo a bola ir para fora.
Instantes depois, os donos da casa pediram pênalti em Hugo. Sem a marcação, os mineiros voltaram a atacar, pressionando até o fim do jogo. A postura abriu espaços na defesa, modificando o panorama da partida, que passou a ser franco, mas o resultado estava definido com a vitória gremista.