A bola aérea é um problema defensivo do Grêmio. No ataque, ela é uma aliada. Em levantamentos, vindos de infrações, o Tricolor superou o León por 2 a 0, em Porto Alegre. André Lima fez de cabeça o primeiro e sofreu o pênalti do segundo, cobrado por Borges. Assim, os gremistas chegaram a sua segunda vitória na Libertadores, tendo a vantagem, agora, de ver o adversário desta quinta-feira, concorrente direto por uma vaga nas oitavas de final, ter de correr atrás.
A história do Tricolor contra os peruanos não é das mais ricas. A curiosidade, entretanto, é inversamente proporcional. O León se junta aos conterrâneos Sporting Cristal, Alianza Lima, Cienciano e Universidad San Martin. Todos foram ao Olímpico pelo principal torneio das Américas e retornaram para casa com uma derrota por 2 a 0.
Para fazer seus dois gols, os brasileiros precisaram recorrer a cobranças de faltas. No jogo jogado, a equipe encontrou dificuldades para trocar passes, infiltrar na área adversária e concluir. Após cruzamento de Douglas, André Lima desviou, abrindo o placar no fim do primeiro tempo. No início da segunda etapa, em lance similar, o atacante foi derrubado. Na cobrança do pênalti, Borges ampliou.
O resultado levou os gaúchos à liderança provisória do Grupo 2, com seis pontos, superando o Junior de Barranquilla no saldo de gols. Porém, os colombianos têm um jogo a menos.
Os dois times voltam a se enfrentar em 17 de março, no Peru. A rodada será finalizada na próxima semana, com o Oriente Petrolero recebendo o Junior. Na quarta-feira de cinzas, o Grêmio decide o primeiro turno do Campeonato Gaúcho contra o Caxias.
O jogo – Ajeitar Carlos Alberto no esquema gremista tem sido um problema. Atuar sem Lúcio tem sido outro complicador para o time gaúcho. Mais uma vez sem o lateral/meia, o Grêmio penou para ser superior em campo, tendo dificuldades para tocar a bola e criar oportunidades de gol. Ofensivamente, a equipe foi quase estéril, no primeiro tempo, diante de um oponente que atuava como visitante pela primeira vez em sua história na Libertadores.
Mais adiantado, Carlos Alberto deslocou o canhoto Douglas para o lado direito. A modificação matou os avanços do lateral direito Gabriel. O corredor destro, uma das jogadas mais fortes do Tricolor, foi pouco utilizado. No outro lado, Gilson aparecia com constância, entretanto, os acabamentos de suas jogadas foram, invariavelmente, ruins.
Os erros de passes impediram uma maior penetração da equipe, fazendo com que os homens de frente pouco participassem do jogo. Foram somente dois arremates na meta de Flores durante os 45 minutos inicias. O segundo, aos 41, resultou no gol de André Lima. O centroavante desviou de cabeça após cobrança de falta de Douglas. Com o futebol apresentado, a bola parada se tornou essencial.
Catimbeiro, o León só queria fazer o tempo passar, abusando dos lances ríspidos. Mesmo com essa postura defensiva, em quantidade, os peruanos foram mais perigosos com três chutes. No primeiro deles, Orreruela ficou na frente de Victor e o goleiro salvou.
Não foi mais fácil do que antes a vida do Grêmio na etapa final. Ao menos, tudo foi solucionado de maneira rápida e indolor, lógico, usando a bola parada. Após cobrança de falta, André Lima foi agarrado na área. Na cobrança de pênalti, Borges soltou um canhão e definiu o jogo, aos nove minutos.
Carlos Alberto manteve-se apagado, sendo substituído por Bruno Collaço. O León não mudou sua postura. Conseguiu chegar com perigo aos 19 minutos. Em cabeçada Rodríguez fez Victor tapear para escanteio.
Com a bola rolando, para não dizer que a produtividade gremista não foi nula, Gilson acertou cruzamento e André Lima, com o gol aberto, tocou para fora. Um lance não fez falta, pois a escrita contra peruanos precisava ser mantida.