O Grêmio goleou o Inter por 4 a 1. Mas não foi só isso. O Grêmio patrolou o Inter. Rompeu dois anos sem vencer o rival e entrou no G4 numa tarde em que batizou de vez sua nova casa ao ganhar um classico nela.
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Antes do Gre-Nal se debatia com quantos volantes o Grêmio marcaria o quarteto de tenores do meio-campo do Inter. O que se viu foi que seriam três. Não para marcar os meias colorados. Para serem marcados. Fellipe Bastos e Ramiro zuniam em direção ao ataque. Eles e Zé Roberto ou Pará se uniam a Dudu, Barcos e Luan. Como esses três trocavam de posição e corriam ora na sombra do diante dos reservados, ora no sol do lado oposto, ora infliltravam pelo meio.
Tudo isso confundia o Inter. Alan Costa e Ernando apelavam e davam chutões para onde o nariz estava virado. O pavor colorado começou cedo, com 20 segundos. Alan Costa tirou mal, Dudu recebeu e chutou forte para Alisson defender.
O Grêmio se encolhia e saía rápido. Reduzia os espaços, bufava com dois ou três no cangote do Inter. Que nem sequer conseguia articular a transição da zaga para o meio. A distância entre os jogadore parecia do tamanho da Arena.
A volúpia gremista crescia e trazia a torcida junto. Barcos caía em cima de Wellington Silva e dali partia em direção ao gol ou acionava Luan e Dudu. No lado oposto, Nilmar vivia solidão em meio a Geromel, Rhodolfo e Wallace e mais 45 mil gremistas. D'Ale cravado na direita conseguia, no máximo, se desentender com Fellipe Bastos. Na esquerda, Alex e Alan Patrick tentavam articular. Mas sucumbiam na marcação e viam quem devia marcá-los arrancar em alta velocidade.
O Grêmio articulava e ameaçava. Como aos 19, quando Barcos tabelou com Zé Roberto e chutou por cima. O Inter, por sua vez, parecia perdido no Humaitá. D'Ale se preparou para cobrar falta na área. Os zaguiros subiram para cabecear. Mas ele cobrou para Wilians, na ponta esquerda.
A apatia do Inter mandou a conta aos 27. Pará cobrou lateral, Willians dominou na linha lateral, no meio do campo. Sofreu blitz gremista. Dudu recebeu na área, driblou o zagueiro e serviu Luan. Livre, ele fez 1 a 0.
Havia certa justiça no placar. Certa por que, pela intensidade e produção merecia até mais. Depois do gol, o Inter saiu da letargia. Alex apareceu mais e até levou perigo aos 40, em chute de fora da área, salvo por Grohe. Mas era pouco. Tanto que o primeiro escanteio do Inter veio aos 41.
Os jogadores do Inter foram para o vestiário alertando para a velocidade do Grêmio e com esperança de que a voz de trovão de Abel acordasse o time no vestiário. Nem houve tempo para que isso surtisse efeito. Aos três, Luan armou, Ramiro passou a jato entre os zagueiros e recebeu na área para fazer 2 a 0.
Abel até havia mudado o Inter. Dalessandro, mais centralizado, entrou no jogo. Aránguiz passou a infiltrar mais. Dois gols atrás, não havia outra saída a não ser avançar e jogar. Abel trocou Alan Patrick por Rafael Moura aoa 12. Três minutos depois, o centroavante recebeu na frente da área e fez um golaço. O terceiro na Arena neste ano.
O gol reabriu o jogo. Abel mandou Valdivia no lugar de Alex. Felipão colocou Giuliano no de Ramiro. O jogo ficou aberto. Giuliano quase fez gol parecido com o da final da Libertadores de 2010. Dribou dois zagueirs do Inter e chtou forte. Alisson salvou. As 28, Felipão chamou Alán Ruiz. Abraçou-o na área técnica e o colocou no lugar de Luan.
Pois dois minutos depois, em falta cobrada por Zé Roberto ao lado da área, Rhodolfo desviou e ele, Aán Ruiz, fez o 3 a 1. A Arena explodiu em festa. Os mais de 45 mil gremistas pulavam e cantavam ensandecidos. Mal sabiam que viria mais. Aos 36, Alán Ruiz recebeu de Giuliano e fez 4 a 1. Comemorou diante do banco de reservas do Inter. Rafael Moura reagiu. D'Ale, que já havia se desentendido com ele, partiu para cima. A confusão se estabeleceu, houve tapas, empurrões e tudo o que sempre há em Gre-Nais. A Arena estava batizada. E o Grêmio, no G4.