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Grêmio começa as oitavas da Libertadores perdendo em casa

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A cabeça derrotou o Grêmio na abertura das oitavas de final da Libertadores. Nesta terça-feira não foram somente as falhas em lances aéreos, tão presentes no time quanto o azul, o preto e o branco do uniforme, que foi vilã. O psicológico teve papel importante no 2 a 1 aplicado pelo Universidad do Chile, no Olímpico.

A rispidez do confronto levou Borges a ser expulso por desferir um cotovelaço no adversário, aos 33 minutos do primeiro tempo. Nesse ponto a noite já estava amarga, pois cinco minutos antes, Pratto havia marcado o primeiro gol dos chilenos, mas mudou todo o clima dentro do estádio.

Apesar da desvantagem numérica, o empate chegou no primeiro terço do segundo tempo em chute de longe de Douglas, parecendo tornar a noite em uma daqueles inesquecíveis onde ocorrem viradas fantásticas em situações improváveis como o Grêmio gosta.

Essa vitória terá que ser conquistada no Chile, pois quando o resultado não era ideal, mas se mostrava satisfatório dada a circunstância, o Tricolor foi vazado pelo alto pela 15ª vez em 2011, novamente com Pratto. Essa é a quarta derrota gremista em 64 jogos como mandante pelo torneio. Esse é um resultado ensurdecedor para alguns jogadores, vaiados veementemente ao irem para o vestiário.

Para reverter será preciso vencer por dois gols de diferença quarta-feira da próxima semana, no Chile, ou por um gol a partir do 3 a 2. A vitória é uma obrigação para se manter vivo, é o oxigênio do time na Libertadores.

Antes, o Tricolor disputa o título do segundo turno do Campeonato Gaúcho contra o Inter, no domingo. Caso vença, o Grêmios era campeão por antecipação.

O jogo – Longe da bola foi como o jogo começou a se definir. Ocorreu aos poucos, como quem não quer nada. Lances ríspidos após o término das jogadas minaram o ambiente dentro de campo. Leandro sofreu falta não marcada, enquanto Fábio Rochemback levou um pisão no rosto. Nestor Pitana, juiz do jogo, errou para os dois lados, sendo conivente com jogadas ríspidas. Fazendo ferver os relacionamentos dentro das quatro linhas.

Também foi fora do campo de visão de quem acompanha a bola indo de um lado para o outro que Borges acertou cotovelaço em Henriquez e recebe cartão vermelho. Mas até esse momento, muito havia acontecido no gramado do Olímpico.

Esse foi o cartão postal da Libertadores enviado para Leandro e Neuton. Estreantes em partidas pelo torneio, os garotos formados na base viram a realidade nua e crua do maior torneio do continente. Os dois viram um começo animando, com lance de perigo e três escanteios seguidos para o Grêmio nas primeiras movimentações.

A empolgação foi inicial, durou menos que os 15 minutos protocolares de pressão dos mandantes em confrontos de mata-mata. Douglas, para o Grêmio, e Silva, para o Universidad Católica, arriscaram de média distância. O brasileiro foi um pouco mais feliz, acertando a trave. Bola na trave, porém, não faz alegria no futebol. O que faz esse esporte fervilhar é gol.

E Esse saiu do pé dos chilenos. Em contra-ataque, Rafael Marques saiu em falso, Pratto recebeu passe e marcou, aos 28 minutos.

Apagado nas últimas vezes que esteve em campo, Borges estava participativo. Era o centroavante que o torcedor queria ver. Participou do primeiro lance logo a 1 minuto de partida. Depois, fez sua jogada característica, girou sobre o zagueiro, fintou a cobertura, mas chutou para fora.

Sua expulsão, aos 33 minutos, enervou o time em campo. Rochemback e Adilson empurraram adversários com o jogo parado. A torcida inflamou. O time cresceu até o intervalo, mas de maneira insuficiente para empatar.

A resposta vinda do vestiário após o intervalo foi ofensivista, característica do técnico Renato Gaúcho. Saiu o volante Leandro Magrão e entrou o atacante Lins. Como equipe a troca não acrescentou muito. Era preciso uma situação diferente do roteiro que estava sendo escrito. Um lance capaz de mudar os rumos da noite.

Somente um jogador do Tricolor possui o perfil necessário para resolver sozinho. Douglas, com a 10 nas costas, caracterizando um jogador técnico, é esse cara. Livre, o meia acertou um belo chute de fora da área empatando o jogo, aos 13 minutos.

A dinâmica imposta pelo Grêmio aqueceu o confronto a tal ponto que fez Renato abrir mão das luvas e do pesado casaco que o abrigava na beira do gramado. Porém, o domínio não ia além do gol marcado. Não havia criação de jogadas, abertura de espaços ou outros lances geniais de Douglas.

O que teve foi o segundo gol da Católica. O rumo adotado foi o mais fácil de atingir na defesa gremista. O cruzamento por cima vindo da direita achou a cabeça de Pratto na segunda trave para colocar os visitantes novamente em vantagem e decidir o jogo.

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