Sem Neymar, as esperanças no hexacampeonato recaem mais sobre Fred, artilheiro da Seleção na Copa das Confederações do ano passado. Mas o camisa 9 terá que melhorar bastante em relação ao que apresentou até agora. Os números do jogador do Fluminense o colocam, por enquanto, como segundo pior centroavante brasileiro em uma Copa do Mundo.
De acordo com os números fornecidos pela Fifa, Fred atuou durante 402 minutos e só balançou as redes uma vez, diante de Camarões, na fase de grupos, em cinco jogos disputados. Pior do que ele, apenas o centroavante de uma das campanhas mais desastrosas do país em Mundiais.
Alcindo foi o escolhido para ser centroavante em 1966, jogou duas partidas (vitória sobre Bulgária e derrota para Hungria) e não fez nenhum gol. No último compromisso pela fase de grupos, para tentar se classificar, o técnico Vicente Feola trocou Alcindo por Silva, e o substituto passou em branco na vitória portuguesa por 3 a 1 que pôs fim à campanha brasileira na Inglaterra.
A análise que coloca Fred entre os piores centroavantes da história brasileira em Mundiais tem como base as estatísticas fornecidas pela Fifa e o camisa 9 é comparado aos outros jogadores que foram titulares em sua posição em cada uma das Copas. Em 1970, por exemplo, Jairzinho foi artilheiro, mas a referência como pivô no ataque foi Tostão. Quatro anos depois, porém, Jairzinho era centroavante da Seleção.
Neste sentido, Fred se deu melhor como reserva. Na Copa do Mundo de 2006, quando ficava no banco no torneio em que Ronaldo Fenômeno se tornou o maior artilheiro da história dos Mundiais, o ainda jovem centroavante precisou atuar só por dois minutos para fazer um gol, sobre a Austrália.
Confira os números dos centroavantes titulares do Brasil em cada uma das Copas do Mundo segundo a Fifa:
2014: Fred, um gol, cinco jogos, 402 minutos jogados
2010: Luis Fabiano, três gols, cinco jogos, 418 minutos jogados
2006: Ronaldo, três gols, cinco jogos, 411 minutos jogados
2002: Ronaldo, oito gols, sete jogos, 548 minutos jogados
1998: Ronaldo, quatro gols, sete jogos, 660 minutos jogados
1994: Romário, cinco gols, sete jogos, 660 minutos jogados
1990: Careca, dois gols, quatro jogos, 353 minutos jogados
1986: Careca, cinco gols, cinco jogos, 480 minutos jogados
1982: Serginho Chulapa, dois gols, cinco jogos, 404 minutos jogados
1978: Roberto Dinamite, três gols, cinco jogos, 450 minutos jogados
1974: Jairzinho, dois gols, sete jogos, 630 minutos jogados
1970: Tostão, dois gols, seis jogos, 518 minutos jogados
1966: Alcindo, nenhum gol, dois jogos, 180 minutos jogados
1962: Vavá, quatro gols, seis jogos, 540 minutos jogados
1958: Vavá, cinco gols, quatro jogos, 360 minutos jogados
1954: Baltazar, um gol, dois jogos, 210 minutos jogados
1950: Ademir, oito gols, seis jogos, 540 minutos jogados
1938: Leônidas, sete gols, quatro jogos, 420 minutos jogados
1934: Leônidas, um gol, um jogo, 90 minutos jogados
1930: Preguinho, três gols, dois jogos, 180 minutos jogados