O Brasil já sabe quem enfrentará nas quartas-de-final. A França ainda não conseguiu empolgar na Copa do Mundo, mas assegurou uma virada sobre a Espanha nesta terça-feira e garantiu a classificação para a próxima fase do torneio. Depois de levar um gol de Villa aos 27 do primeiro tempo, a França conseguiu se reerguer e virar o placar: 3 a 1. Inspirado, o volante Vieira criou a jogada para Ribery marcar o de empate e ainda anotou o da virada no segundo tempo. Nos minutos finais, Zidane anotou um golaço e enterrou o sonho da Espanha de conquistar o título inédito.
Com a vitória, a França assegurou para as quartas-de-final a reedição da decisão da Copa de 1998, quando derrotou o Brasil para ficar com o título. De quebra, os franceses ainda garantiram nesta terça mais um jogo para a carreira de Zidane, que abandonará o futebol no dia em que os Bleus se despedirem do torneio. Já a seleção espanhola, que terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento, segue pelo menos mais quatro anos amargando o trauma de nunca ter conquistado uma Copa.
O respeito entre as duas seleções imperou durante todo o primeiro tempo. No início da partida, cada equipe levou um tempo para estudar a postura do rival. Na Espanha, a novidade do técnico Luis Aragonés foi a linha de três atacantes, formada por Raul, Fernando Torres e David Villa. Na França, depois de cumprir suspensão, o capitão Zinedine Zidane voltou a organizar o meio-campo.
Os Bleus foram quem tomaram a iniciativa na partida. No primeiro lance de perigo, Henry recebeu de Zizou e cruzou rasteiro para o meio da área. Vieira e Ribéry se esticaram para tentar alcançar, mas viram a bola se perdendo pela linha de fundo. A disputa no meio-campo ficou acirrada, com a maioria das jogadas se concentrando no setor.
Quando finalmente conseguiu descer com perigo, a Fúria abriu o placar. O árbitro Roberto Rossetti anotou pênalti de Thuram em Fernando Torres, aos 27 minutos de bola rolando. David Villa cobrou com precisão e não deu chances de defesa ao goleiro Barthez. Os franceses sentiram o revés, e a Espanha passou a dar as cartas na partida.
Apesar de Zidane ostentar a fama de liderar os Bleus, quem foi a engrenagem do meio-campo francês foi o volante Patrick Vieira, que se sobressaiu na marcação e na armação das jogadas. No momento em que os espanhóis sonhavam em ampliar o placar, a seleção de Raymond Domenech igualou o marcador, aos 42 minutos. O incansável Vieira encaixou ótimo passe para Ribéry, que avançou em velocidade, driblou o goleiro e mandou para as redes.
No início do segundo tempo, o técnico Aragonés abriu mão do esquema com três atacantes e sacou Villa e Raul para as entradas de Joaquin e Luis Garcia, respectivamente. O jogo ganhou emoção nos primeiros movimentos da etapa, com a França chegando duas vezes de forma perigosa.
Porém, o decorrer da partida voltou ao ritmo cadenciado, truncado no meio-campo, sem chances claras de gols para os dois lados. Quando o jogo já se arrastava em ritmo sonolento para a prorrogação, a França virou o placar. Aos 38, Zidane levantou a bola na área, Xabi Alonso tentou cortar e mandou para trás, onde apareceu Vieira para cabecear para o fundo das redes.
Os espanhóis ainda buscaram desesperadamente o empate até o apito final, sem conseguir impedir a derrota. Aproveitando o desespero dos rivais, Zidane puxou um contra-ataque nos acréscimos e deu números finais ao placar.
Brasil e França se reencontram no sábado, às 16 horas (de Brasília). No último duelo entre as seleções em jogo de Copa do Mundo, os europeus conquistaram o título da Copa de 1998 com a vitória por 3 a 0 na decisão.