A ascensão do Santos no Campeonato Brasileiro foi interrompida neste domingo. Após três vitórias seguidas, o Peixe acabou derrotado pelo Fluminense por 1 a 0, em Volta Redonda (RJ), em duelo válido pela 11ª rodada.
O argentino Conca marcou o único gol do jogo em belo chute de fora da área, no segundo tempo. O Peixe comandou a primeira etapa, mas não foi efetivo, errou muitos passes e acabou perdendo a chance de entrar no G-4, algo que não acontece desde outubro de 2010.
O Peixe buscará a reação contra a Chapecoense, na Vila Belmiro, no próximo sábado, às 18h30. Leandro Damião, Thiago Ribeiro e Alan Santos devem voltar a ficar à disposição de Oswaldo de Oliveira para a partida em casa.
Já o Fluminense, que voltou a vencer após três jogos, encara o Atlético-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, às 16 horas do domingo.
O jogo – A partida em Volta Redonda começou com a expectativa de um grande confronto. A escalação das equipes e a formação tática de Santos e Fluminense prometiam um jogo aberto.
O Peixe, mesmo fora de casa, não se intimidou. Iniciou o jogo melhor e apostando na velocidade de seu trio ofensivo formado por Geuvânio, Rildo e Gabriel, além de Lucas Lima, que chegava de trás.
E foi assim que o time de Vila Belmiro criou a melhor chance da primeira etapa, logo aos 3 minutos. Geuvânio lançou Mena na esquerda com belo passe de primeira, o lateral esquerdo chileno entrou na área e cruzou rasteiro, mas a bola acabou passando pelo próprio camisa 10 santista em uma grande chance de gol desperdiçada pelos visitantes.
Apesar de jogar mais no campo de ataque, inclusive com constantes subidas dos laterais Cicinho e Mena, o Santos não conseguia criar oportunidades em função de sucessivos erros no último passe.
O Fluminense equilibrou a partida após a primeira metade da etapa inicial, mas também sofria com os passes sem direção. Conca, principal articulador da equipe, errava muito, e o Tricolor Carioca levava mais perigo apenas nas bolas alçadas à área.
Desta forma, o primeiro tempo acabou com impressionantes 52 passes errados e com poupa participação dos goleiros. Prevaleceu o ‘perde e ganha’, muita vontade, mas pouca técnica de ambos os lados, e o jogo acabou ficando feio para o torcedor.
“Acho que a gente teve um pouco mais de volume de jogo do que eles, mas está faltando acertar o último passe para poder definir”, comentou o meia santista Lucas Lima, na saída para o vestiário.
Talvez a semelhança nos uniformes tenha atrapalhado um pouco os jogadores, já que tanto Santos quanto Fluminense entraram em campo com uniformes listrados, o que dificulta a identificação, principalmente à noite.
A pedido da arbitragem, o Fluminense voltou para o segundo tempo com um uniforme inteiro predominantemente branco, uma vez que o Santos não levou para o Rio de Janeiro outra combinação de vestimenta.
A fim de ajustar as equipes, os técnicos Oswaldo de Oliveira e Cristóvão Borges mexeram nas escalações no intervalo. Jorge Eduardo assumiu o posto de Geuvânio no Peixe, enquanto Samuel entrou na vaga de Walter, que amarga agora seis jogos sem marcar gol.
E as alterações surtiram efeito positivo para o time mandante. O Fluminense voltou para o segundo tempo disposto a se impor em casa e partiu para cima do Santos, que recuou.
Aos 5 minutos, Cícero, que reencontrou seu ex-time neste domingo, cobrou falta e obrigou Aranha a trabalhar em bola forte, rasteira.
Três minutos depois, polêmica. Após cobrança de escanteio pela direita, Gum cabeceou para o meio da área, Samuel ganhou disputa com David Braz e a bola sobrou para Cícero, que marcou o gol, mas o lance foi anulado. O árbitro Leandro Pedro Vuaden viu uma falta e parou tudo.
Mas o gol do Flu, que estava amadurecendo, aconteceu aos 16. Após um ‘bicão’ da zaga carioca, a bola sobrou para Conca, que pegou de primeira um belo chute de fora da área e abriu o placar no Rio de Janeiro. A bola foi muito forte e acabou encobrindo Aranha.
Em busca do empate, Oswaldo colocou Diego Cardoso no lugar de Rildo e deixou Alison formando um trio defensivo com Bruno Uvini e David Braz, liberando assim os laterais Mena e Cicinho.
E a mudança tática quase deu certo aos 29 minutos, quando Mena avançou pela esquerda e cruzou para Jorge Eduardo. O jovem atacante santista cabeceou, deslocando Diego Cavallieri, mas Henrique salvou em cima da linha e evitou o gol de empate. O lance gerou muita polêmica, com os jogadores do Peixe pedindo gol.
Aos 32, Lucas Lima cobrou falta rasteira e o goleiro do Flu espalmou para escanteio. O Peixe pressionava e os cariocas passaram a apostar nos contra-ataques.
No fim do jogo, o Santos teve sua grande chance na partida. Aos 44 minutos, Mena recebeu lançamento na esquerda, já dentro da área, e cruzou para trás. Arouca chegou como elemento surpresa, de frente para o gol e só tocou no canto, mas a bola raspou a trave e saiu pela linha de fundo. O gol perdido pelo volante santista custou caro, e o Santos acabou derrotado após três vitórias seguidas no Brasileirão.