O Albirex Niigara, do Japão, obteve sucesso em uma ação na Câmara de Resoluções de Litígio da Fifa contra o atacante Rony e o Athletico. Na manhã desta segunda-feira, as partes foram comunicadas sobre a decisão do órgão, que suspendeu o jogador por quatro meses e o condenou a pagar 1.129,499 dólares, aproximadamente R$ 6 milhões, com acréscimo de juros de 5% a partir de março de 2019, portanto, o valor se aproxima de R$ 10 milhões.
Além disso, o clube paranaense está proibido de realizar transações pelas próximas duas janelas de transferências. Diante do prazo de 21 dias para contestar a sentença, os departamentos jurídicos de Palmeiras, Rony e Atlhetico já estão reunidos e vão avaliar a decisão para, em seguida, definir qual será a postura adotada a Corte Arbitral do Esporte, responsável pela análise de recursos.
O embate na Fifa se dá porque o Albirex Niigara, em 2017, fechou com o Cruzeiro a compra de Rony por três anos. No entanto, os japoneses estavam impossibilidades de fazer a transação desta maneira e solicitaram um acordo de empréstimo por um ano. Após isso, seria assinado um contrato de vínculo definitivo. Rony, porém, nunca reconheceu a existência deste acordo que o obrigaria a permanecer no Niigara após o período de um ano.
O brasileiro ficou meses sem jogar e sem receber salário por causa de uma briga na Justiça com seu ex-clube. Enquanto analisava o caso, a Fifa concedeu permissão para que o atacante desse sequência na carreira. À época, o próprio Corinthians desistiu de contratar Rony por receio da situação, assim como tantos outros clubes brasileiros.
O que pouca gente sabe é que Rony também entrou com ação contra o Albirex Niigata. O problema é que, neste caso, a ação fica suspensa até que o primeiro processo seja definido.
O Palmeiras está fora de toda o imbróglio, mas acaba penalizado indiretamente por não poder usar o atleta até que tudo se resolva. O baque será ainda mais sentido por causa da saída eminente de Dudu para o futebol do Catar.
O Verdão anunciou a contratação e Rony no fim de fevereiro depois de muita paciência e longa negociação com os dirigentes do Furacão. A entrada do Corinthians no negócio criou um clima de Derby nos bastidores, à época, e retardou ainda mais o acerto.
No fim, conforme apuração da Gazeta Esportiva, o alviverde fechou um vínculo com validade de cinco temporadas perante ao pagamento de 6 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões) por 50% dos direitos econômicos do atacante de 24 anos. Desse montante, Rony e seu staff receberão 1,5 milhão, aproximadamente (R$ 7,1 milhões).
Além disso, para acabar com as divergências entre Athletico e Rony, o Palmeiras também topou pagar 500 mil dólares (R$ 2,1 milhões) de luvas e comissão.
O clube paranaense manteve 35% dos direitos econômicos e Rony os 15% restantes. De novo a fim de evitar qualquer novo obstáculo, o Palmeiras aceitou ter de repassar 10% de sua parte em caso de uma venda durante o período do vínculo, que terá vencimento no fim de 2024. Ou seja, Rony receberá, ao todo, 25% em uma eventual nova transferência.
Esse acordo de repasse dos 10% não estará no contrato que será inscrito na CBF, e sim em um documento ‘de gaveta’, que servirá de garantia aos representantes do jogador.
Rony chegou ao Athletico Paranaense em 2018 e disputou 73 partidas pelo Furacão, tendo marcado 13 gols. O atacante conquistou três títulos pelo clube: Paranaense, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
Com a camisa do Palmeiras, foram apenas cinco apresentações até o momento e nenhum gol marcado, muito em função da paralisação do futebol devido a pandemia do coronavírus.