Exatamente um ano após quase morrer durante o treino classificatório do GP da Hungria, Felipe Massa tinha tudo para voltar em grande estilo às vitórias: com uma bela largada e segurando com habilidade os ataques de Fernando Alonso, o brasileiro liderou os primeiros dois terços do GP da Alemanha. Mas aí veio uma ordem da Ferrari…
“Fernando é mais rápido do que você”, informou Rob Smedley, engenheiro de Felipe, pelo rádio, de forma bem pausada. Na volta 49, o brasileiro mostrou que entendeu o recado e, na saída do hairpin, quase freou o carro para Alonso passar. Até então, o bicampeão, de fato, era um pouco mais rápido que ele, mas não foi capaz de efetuar a ultrapassagem.
Pouco depois do primeiro pit stop de ambos, Alonso já havia reclamado, sob a alegação de que o paulista estava mais lento na pista: “Isto é ridículo!”. Massa ignorou e respondeu na pista, com volta rápida atrás de volta rápida. Fernando deu o troco e iniciou-se um belo duelo entre os dois, interrompido por uma marmelada semelhante à vista no GP da Áustria de 2002, quando Rubens Barrichello parou praticamente em cima de linha de chegada para Michael Schumacher vencer.
Com o resultado, o espanhol chega aos 123 pontos, se inserindo novamente na luta pelo título. Terceiro colocado neste domingo, Sebastian Vettel tem 136, o mesmo número de seu parceiro de Red Bull, Mark Webber, o sexto – o australiano leva vantagem por ter uma vitória no campeonato. A liderança do campeonato segue com Lewis Hamilton, quarto em Hockenheim, com 157. Jenson Button, que foi o quinto, tem 143 e ainda é o vice-líder.
No lugar em que venceu pela primeira vez na Fórmula 1, há dez anos, Rubens Barrichello fez uma corrida ruim: após perder três posições na largada, ele não se recuperou e foi apenas o 12º colocado. Bruno Senna, por sua vez, apareceu em 19º e último, enquanto Lucas di Grassi abandonou.
A corrida
Precisando de um bom resultado para espantar a má fase, Massa se aproveitou da rivalidade entre Vettel e Alonso para se dar bem na largada. Pole-position, o alemão se preocupou apenas em espremer o bicampeão mundial contra o muro, deixando o caminho livre para o brasileiro assumir a liderança.
Lá atrás, Lucas di Grassi e Bruno Senna se deram bem com uma confusão envolvendo os carros da Toro Rosso e da Force India, fechando a primeira volta respectivamente em 16º e 17º lugar. Por outro lado, Rubens Barrichello não se deu tão bem e caiu da oitava para a 11ª colocação.
O piloto da Red Bull foi o primeiro dos ponteiros a trocar pneus, na volta 13. Na passagem seguinte, foi a vez de Fernando Alonso, enquanto Massa passou nos boxes na 15ª volta. O paulista até voltou na frente do companheiro de equipe, mas, com pneus duros, passou a ser fortemente pressionado pelo espanhol.
A ultrapassagem quase veio na volta 21, mas Felipe se defendeu bem, provocando a ira de Alonso. “Isso é ridículo!”, bradou o piloto pelo rádio, reclamando que o parceiro estava mais lento. O brasileiro ignorou a reclamação e respondeu na pista, finalmente se adaptando aos compostos duros e pisando fundo.
A partir da 30ª volta, Alonso reagiu. A disputa particular entre os dois pelas melhores voltas durou até a 49ª passagem, quando Felipe abriu para Massa passar. A Ferrari jura que o brasileiro estava com problemas e Vettel começava a ameaçar a dobradinha da Ferrari. Os torcedores, porém, não concordaram e nem Niki Lauda. “Vergonha”, comentou o tricampeão mundial após a prova.
Nas últimas voltas, Fernando reinou sozinho na ponta, enquanto Massa se preocupou com Vettel. O alemão, porém, não chegou a tentar o ataque e a grande “emoção” dos minutos finais foi o abandono de Lucas di Grassi, que rodou sozinho e abandonou na volta 61.