A dura derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, acontecida no Brasil, e a passagem discreta pelo Grêmio logo após o mundial fizeram o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, transferir-se ao Guangzhou Evergrande, da China, local pelo qual está há quase dois anos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada neste domingo, o treinador relevou que chorou depois da goleada no Mineirão e fechou as portas aos clubes brasileiros.
“Não [voltaria ao futebol brasileiro]. Tenho até outro tipo de proposta, de um clube grande da Europa para a próxima temporada. Mas quero ficar na China. Agora, pelo que eu iria brigar aqui no Brasil como treinador? O que acrescentaria ao meu currículo? Confusão. Mesmo que fôssemos campeões, apagaria o que aconteceu em 2014? Não”, afirmou o experiente comandante de 68 anos.
Outro ponto que chamou a atenção na entrevista foi quando falou sobre o resultado vexatório daquele 8 de julho de 2014. Ele voltou a frisar que não faria nada diferente, além de cravar que Neymar e Thiago Silva, ausentes na ocasião, fizeram falta ao time. No mais, relevou a frustração após a pior derrota do Brasil na história das Copas.
“Tu choras por muitas razões. Muitas vezes por felicidade, porque aconteceu alguma coisa muito boa na tua vida. Mas foi uma derrota frustrante, e que era para chorar até hoje. Mas você chora um dia, chora outro, ou não chora e sente um pouco mais. Passei muitos dias triste. Agora, a vida continua. Só levanta quem caiu e tem qualidades para levantar”, revelou.
Felipão está no clube chinês desde 2015 e coleciona seis títulos. Comandante de Paulinho, uma das peças do time titular de Tite na Seleção, Scolari teve, no final do ano passado, seu contrato renovado por mais dois anos após a conquista da Super Liga Chinesa.