A divulgação de que Maikon Leite e Daniel Carvalho estariam fazendo "corpo mole" indicando lesões musculares inexistentes fez Luiz Felipe Scolari reunir o elenco do Palmeiras na terça-feira. Após ouvi-los perante o grupo, o técnico disse ter investigado e descoberto o "dedo-duro" que tem irritado os jogadores. Agora, promete agir.
"Não sei se ele tem dedo, se tem rabo… Mas vamos cortar qualquer coisa. A língua, talvez", avisou o treinador, que já alegava buscar o "delator" no ano passado. "Vamos tomar providências. Minha sala sempre esteve com a porta aberta. Daqui para a frente, não vai estar. Quem passa no vãozinho pode ouvir algo que não é normal, então vamos fazer o possível para blindar novamente esse grupo."
Ao falar em "blindagem", Felipão promete manter a estratégia que a diretoria tem tentado, em vão, de resolver os problemas internamente sem nem deixá-los que eles se tornem públicos. Nesta política, o técnico só revelou que os atletas, agora, têm uma visão única sobre as lesões de Maikon Leite e Daniel Carvalho.
O possível "corpo mole" de ambos foi discutido na reunião que definiu também a necessidade da volta do espírito que deu o título da Copa do Brasil. "Conversamos sobre esse assunto dentro do vestiário. De alguma forma, alguém teve conhecimento ou imaginou algumas situações. Mas tratamos do assunto lá dentro e vamos continuar tratando assim", garantiu.
"Houve um envolvimento para que todos os nossos jogadores soubessem que o Maikon tem uma dor na perna esquerda, que o Daniel tem dez dias para voltar a treinar no campo, o Márcio, sete. Foi para todos saberem. Muitas notícias são distorcidas e os jogadores ouvem, leem e ficam com a cabeça um pouco embaralhada. Mas ficou tudo em pratos limpos para que todos saibam das coisas", continuou Scolari.
O próximo passo em relação aos jogadores, na promessa do chefe, é revelar o dedo-duro. "Fui atrás e descobri quem é. Já sabemos como a notícia foi passada e tudo mais. Os jogadores ainda não sabem, mas a informação chegará ao grupo. Como foi feita a palestra, será feita a colocação. Não tenho por escrito, tenho a palavra de um ou outro. E eles vão ouvir porque é interessante."
Na programação de corte de "rabo e língua" do dedo-duro, vem também um aviso. Os jogadores afirmam ter certeza de que não é um atleta que espalha tanto as notícias de corpo mole quanto deixa públicos fatos como o de João Vitor ter chegado a um treino à tarde na semana passada com "hálito de cachaça". E o grupo não se abalará com nada.
"Em um time de futebol, empresa ou qualquer lugar, sempre temos um ou outro que podem passar uma informação errada e tumultuar o ambiente. Mas não é porque saiu A, B ou C que não vamos ter uma situação de mais tumulto ou envolvimento com um ou outro", assegurou Felipão.