O francês Michel Platini, atual presidente da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), anunciou hoje (29) sua candidatura à presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), e promete restituir a “dignidade merecida” a um organismo que tem que ser “exemplar, unido e solidário”.
Em carta enviada às 209 federações filiadas à Fifa, publicada no site oficial da Uefa, o ex-jogador de futebol francês quer voltar a ter uma Fifa “respeitada, amada e popular”, depois do escândalo de corrupção que atingiu, nos últimos meses, o organismo que rege o futebol mundial e que levou à renúncia do suíço Joseph Blatter, no cargo desde 1998.
"Conto com seu apoio e com a paixão que partilhamos pelo futebol para que, em conjunto, possamos oferecer às dezenas de milhões de adeptos apaixonados pelo nosso esporte a Fifa que ambicionam: uma Fifa exemplar, unida e solidária; uma Fifa respeitada, amada e popular”, escreveu Platini.
Presidente da Uefa desde 2007 e membro do Comité Executivo da Fifa desde 2002, o dirigente francês prometeu “reunir o planeta do futebol, dando voz a todos e respeitando a diversidade do nosso desporto no mundo inteiro”, e assim “devolver à Fifa o lugar e a dignidade que ela merece”.
No comunicado, Platini diz que durante quase meio século, a Fifa só teve dois presidentes, e ele vê essa "extrema estabilidade" como paradoxal, num mundo que sofreu mudanças radicais e num desporto que assistiu a uma transformação econômica considerável. "Mas os recentes acontecimentos obrigam a organização que tutela o futebol mundial a reformar-se e a repensar a sua governança", acrescentou.
Platini, de 60 anos, explicou que sua candidatura à presidência da Fifa "é uma decisão muito pessoal, cuidadosamente ponderada, que implicou uma avaliação do futuro do futebol e do meu próprio percurso. É igualmente consequência das calorosas manifestações de estima, apoio e incentivo que muitos de vocês me demonstraram”, disse.
O prazo para a entrega de candidaturas à presidência da Fifa termina em 26 de outubro. A eleição ocorrerá no Congresso Extraordinário, em Zurique, na Suíça, agendado para 26 de fevereiro de 2016.
A Fifa foi atingida no final de maio por um escândalo de corrupção que levou Joseph Blatter a apresentar a demissão.
O escândalo surgiu quando, em 27 de maio, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da Fifa, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso que envolve subornos no valor de US$ 151 milhões.
A acusação surgiu depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido sete membros da Fifa em um hotel de Zurique.
Dois dias depois, apesar do escândalo, Joseph Blatter, de 79 anos, foi reeleito para um quinto mandato à frente do organismo, mas anunciou sua demissão quatro dias depois.