Mesmo sem o esperado duelo entre o novato Luis e o “desertor” Kleber Pereira, que começou o clássico no banco de reservas e entrou em campo somente aos 18 minutos do segundo tempo, o encontro desta quinta-feira entre Palmeiras e Santos no Palestra Itália foi digno dos grandes clássicos, com direito a nervos à flor da pele, frango do goleiro e emoção, muita emoção.
No final, depois de um duelo tático interessante entre os técnicos Caio Júnior e Wanderley Luxemburgo, que moldaram seus times baseados nas alterações dos outros, o placar de 2 a 2, conquistado no último lance da partida, premiou o esforço das duas equipes.
O jogo começou a todo vapor e a rede não demorou a balançar. Aos dez minutos, na primeira descida do Santos ao ataque, Kleber, o lateral, recebeu sozinho na intermediária e arriscou o chute. A bola quicou e enganou o goleiro Diego Cavalieri: frangaço e vantagem alvinegra no placar.
O Palmeiras acusou o golpe, mas não caiu e conseguiu o empate oito minutos depois. Domingos fez falta desnecessária na lateral da área. Paulo Sérgio fez o levantamento, Nen subiu mais do que a zaga, cabeceou e a bola desviou no peito de Marcelo, enganando Fábio Costa: 1 a 1. Na comemoração, todo o time correu para abraçar o goleiro Diego Cavalieri.
Iguais no placar, Palmeiras e Santos foram iguais também nas chances perdidas na etapa inicial. Pelo lado alviverde, Luiz Henrique teve duas boas oportunidades para colocar o Palmeiras em vantagem, mas as tentativas saíram por cima do gol de Fábio Costa. O Santos, por sua vez, chegou perto das redes com Alessandro, em chute forte, que passou triscando a trave e com Marcos Aurélio, que acertou o travessão depois de bonita tabela com Tabata, iniciada após vacilo de Martinez no meio-campo.
Quando tudo caminhava para a igualdade nos 45 minutos iniciais, um lance polêmico recolocou o Santos na frente. Marcos Aurélio e Leandro disputaram a jogada perto da linha de fundo e próximos ao assistente. Mesmo sem o acento do auxiliar, Sálvio Spínola marcou a falta do camisa seis do Verdão. Na cobrança de Tabata, a bola cruzou a área palmeirense e encontrou Pedrinho, livre para cabecear e fazer 2 a 1.
Antes da descida para o intervalo, Caio Júnior e os jogadores do Palmeiras cercaram o trio de arbitragem, que precisou ser protegido pelos homens da Polícia Militar. “A falta que ele deu era a nosso favor e ele marcou para os caras”, bradou o zagueiro Nen.
Mais emoção: O segundo tempo do clássico também foi emocionante. Em menos de dois minutos, Rodrigo Tabata, pelo Santos, e Luiz Henrique, pelo Palmeiras, arriscaram de fora da área e levaram perigo aos goleiros.
O Palmeiras ameaçou uma leve pressão e, por ironia, quase levou o terceiro em três oportunidades na seqüência. Em lindo contra-ataque, Kleber tocou para Marcos Aurélio, que serviu Tabata na direita. O camisa sete bateu forte e Cavalieri se redimiu, com linda defesa. Um minuto depois, Marcos Aurélio balançou na frente de Nen e também pegou bem na bola, obrigando Cavalieri a fazer outra grande intervenção.
Aos 15 minutos surgiram os gritos de “au, au, au, Edmundo é Animal”. Caio Júnior atendeu a torcida e colocou o time no ataque, mandando Edmundo e Wendel a campo nos lugares de Leandro e Paulo Sérgio, respectivamente. Luxemburgo respondeu e sacou Pedrinho para colocar Vitor Júnior e Tabata para promover a estréia de Kleber Pereira.
O Palmeiras foi para cima e quase chegou ao empate com Edmundo logo aos 19 minutos, mas parou nas pernas de Adaílton. A pressão alviverde continuou e, aos 32 minutos, Caio Júnior abriu mão dos três zagueiros sacando Dininho para a entrada de Valmir. Logo na seqüência, Caio Júnior quase enlouqueceu ao pedir pênalti em uma jogada dentro da área santista que terminou com a bola batendo na mão do zagueiro Marcelo.
O Santos, reestruturado, passou a apostar mais do que nunca na velocidade dos contra-ataques, mas não conseguia encaixar o golpe fatal. Restando dez minutos, Wanderley Luxemburgo trancou o time sacando Marcos Aurélio, o melhor santista, para a entrada do lateral-esquerdo Carlinhos.
O final da partida foi um verdadeiro treino de ataque contra defesa. O Palmeiras tentou, de todas as formas chegar ao empate e foi recompensado no lance final. Depois de cobrança de escanteio de Edmundo, Martinez meteu a cabeça na bola. Ela desviou na defesa e matou Fábio Costa: 2 a 2, placar justo para um grande jogo.
Na rodada do próximo final de semana os rivais terão pela frente duas equipes do Sul. Enquanto o Palmeiras vai a Curitiba encarar o Paraná, às 18h10, no Durival de Brito, domingo, o Santos recebe o Figueirense na Vila Belmiro, no mesmo dia e horário.