Para os confrontos com Chile e Bolívia pelas Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010, em setembro, Dunga convocou 11 jogadores que haviam disputado dias antes os Jogos Olímpicos de Pequim. Na lista dos 22 nomes desta quarta-feira para os compromissos com Venezuela e Colômbia, apenas cinco foram lembrados. Segundo o comandante nacional, postura que faz parte do processo de renovação da equipe.
Dos medalhistas de bronze na China, apenas o zagueiro Thiago Silva (24 anos), os meio-campistas Lucas (21) e Anderson (20) e os atacantes Jô (21) e Alexandre Pato (19) tiveram seus nomes incluídos na convocatória desta quarta. Além desses, apenas outro atleta possui menos de 25 anos: o atacante Robinho, de 23. As duas novidades do treinador foram o goleiro Doni e o meia Mancini, ambos um pouco mais rodados: possuem 28 anos.
“Acho que nós estamos em uma renovação”, iniciou Dunga, que também justificou o fato de ter baixado o número de atletas olímpicos. “Estamos colocando, no caso, o Doni, que esteve com a gente na Copa América. O Rafinha e o Alex Silva (que foram a Pequim) também estiveram bem recentemente. Mas é questão de dar oportunidades aos poucos. Temos confiança nesses jogadores, que retornarão à seleção sem nenhum problema”, amenizou.
Em relação à última convocatória, as ausências do time sub-23 foram, além de Rafinha e Alex Silva, o goleiro Renan, o meia Diego e o atacante Rafael Sóbis (além do volante Hernanes, chamado posteriormente para a vaga de Anderson). Também olímpico, mas com 23 anos, o meia Ronaldinho Gaúcho foi preterido da mesma forma.
A atual lista de Dunga possui oito jogadores acima dos 28 anos (que chegariam à Copa de 2010 com pelo menos 30 anos). O mais experiente é o volante Gilberto Silva, de 32. Atrás vêm Lúcio (30), Júlio César, Juan e Josué (todos com 29), Doni, Mancini e Kleber (todos com 29).
“Sempre que tem uma renovação as coisas ficam mais complicadas, tem um tempo de maturação”, ensaiou Dunga. “Se formos analisar, o Brasil passou oito ou dez anos tendo jogadores como Cafu, Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos. Eles também tiveram dificuldade no início mas depois se firmaram e todo mundo se acostumou com esses jogadores pela qualidade, títulos e competência”, relembrou.
“A renovação custa um tempo de maturação dos jogadores. Temos que passar confiança, e aos poucos vão surgindo os atletas com o futebol brasileiro. Mas é normal que imprensa e torcedores tenham essa ansiedade e essa cobrança. Temos potencial para isso e jogadores capacitados”, garantiu.