A má fase do Mixto parece não ter fim. Desde o título estadual de 2008 o clube passa por uma sequência de tropeços, que incluem um rebaixamento para a Segunda Divisão, instabilidade diretiva – foram três presidentes em 3 anos – e nova eliminação do Estadual. Não bastasse o vexame, o clube ainda está devendo parte do salário de fevereiro, o salário integral de março, e foi obrigado a fazer empréstimo para viajar a Barra do Garças. Não há nenhuma perspectiva de o clube quitar estes débitos e os jogadores correm o risco de amargar um novo "calote".
A Afam ainda não repassou os valores de fevereiro e março (total de R$ 200 mil) e não existe nenhuma garantia de que irá fazê-lo. O presidente Reginaldo Amorim viajou na quinta-feira a serviço da Secretaria das Cidades do Governo – onde é sub-secretário – e só retorna na segunda-feira.
Alguns jogadores tem contrato até o final de abril e outros até junho. "Não sei ainda como fazer para pagar todo mundo", admitiu Amorim no começo da manhã de quinta-feira. "O Mixto depende hoje do repasse da Afam, sem ele, praticamente não existe receita", completou. Segundo informações o contrato com a Unimed, no valor de R$ 15 mil por mês, já está em vigência.
Com a eliminação no Estadual, o time fica sem calendário até o segundo semestre, quando será realizada a Copa Mato Grosso que não deve ter início antes de agosto. "A situação financeira é extremamente delicada e a gente esperava que a classificação ajudasse a resolver isso, agora, sinceramente, ficou muito complicado", afirmou o dirigente.
Sobre o futuro, disse que ainda não há muito o que dizer. "Só posso esperar que a gente se planeje e organize melhor, pois não é possível um time do tamanho do Mixto, com a tradição e a torcida que tem continuar assim", finalizou.
O presidente do Conselho Deliberativo, Hélio Machado, confirmou que a situação é delicada, mas acha que o Mixto não pode cruzar os braços e ficar esperando a Afam. "Se a Afam pagar, não faz mais do que a obrigação de cumprir a palavra, mas se não pagar, o Mixto continua com a obrigação de quitar os seus débitos. E temos que encontrar soluções, começara a correr atrás imediatamente", cobrou.
Eder Moraes, presidente da Afam e secretario da Casa Civil do Governo do Estado, continua nos Estads Unidos com o governador Silval Barbosa e só deve retornar no próximo domingo. A Afam também deve salários à parte do elenco da temporada de 2010 e ao técnico Luiz Carlos Barbieri, que, a exemplo do goleiro Mauro, ameaçou acionar o clube na Justiça do Trabalho para receber os seus direitos.