O técnico Dunga afirmou em entrevista veiculada neste domingo que recebeu ameaças de empresários por não ter convocado determinados jogadores para a Seleção Brasileira. O treinador canarinho reforçou que em nenhum momento a postura dos agentes influenciou nas escalações da equipe nacional.
“Nunca tivemos pressão antes das convocações. Mas já tivemos problemas por não convocar certos jogadores. Fomos, de certa forma e entre aspas, ameaçados por mensagens”, disse, sem citar nomes, ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo.
Dunga declarou que a comissão técnica da Seleção está comprometida em avaliar os melhores nomes para o time sem se deixar influenciar pela pressão de empresários “Eles [os empresários] comandam o futebol. Não adianta fazer as coisas certas. Eles vão acabar se voltando contra nós. Mas foi um episódio. Tem que jogar para merecer ser chamado”, afirmou.
Uma reportagem recente do jornal O Estado de S. Paulo denunciou que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, interferia nas escalações da Seleção após receber o pagamento de propinas. A primeira passagem de Dunga pela equipe ocorreu justamente durante a gestão de Teixeira.
Nesta semana, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos incluiu os nomes de Teixeira e Marco Polo Del Nero na lista de indiciados no esquema de corrupção da Fifa. Del Nero, atual presidente da CBF, pediu licença por tempo indeterminado para se defender das acusações. José Maria Marin, que também comandou a entidade máxima do futebol brasileiro, foi preso em maio, na Suíça, e cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos. Após ser extraditado, ele pagou uma quantia milionária para aguardar o julgamento fora de um presídio.