Assim como aconteceu nos tempos de jogador, quando foi eliminado na Copa de 1990 e permaneceu no grupo que, quatro anos depois, conquistaria o tetracampeonato nos EUA, Dunga tem uma nova chance no comando técnico da Seleção. Eliminado nas oitavas de final em 2010, o comandante parece determinado a alcançar seus objetivos nesta nova chance.
Em entrevista divulgada pelo site da CBF nesta quarta, dia que antecede à convocação da Seleção Brasileira para os amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos, a serem realizados na primeira quinzena de setembro, Dunga não deu detalhes sobre a nova lista de relacionados, mas destacou uma característica obrigatória naqueles a serem chamados: a vontade de vencer.
“Quando trabalhamos em equipe, temos que buscar as pessoas que tem o mesmo objetivo e o mesmo foco nosso, que é vencer. Não podemos estar com pessoas que vão atrapalhar o nosso sonho. Como estamos na Seleção, é o sonho de todo brasileiro ver a Seleção campeã. É importante conversarmos com todos. Não quero ter razão, quero ganhar”, declarou à CBF TV.
Detalhando o processo de observação dos atletas, Dunga revelou que conta com um corpo de olheiros que acompanha e faz relatórios minuciosos sobre possíveis atletas a estarem no radar. Entretanto, admitiu que a lista não sai de uma base entre 30 e 40 atletas já composta, mas que “até o último minuto” troca ideias com a comissão para achar o ponto de equilíbrio.
“Se o jogador é destaque no clube, não é uma surpresa. Surpresa é quando um jogador que faz parte do grupo não tem um rendimento à altura. Agora, a Seleção Brasileira sempre requer novos nomes, mas primeiro de tudo temos que analisar se os nomes estão correspondendo. Se comenta muito sobre o jogador que faz o gol, mas qual é a participação dele na partida?… É uma série de análises que fazemos”, explicou.
Defendendo a necessidade de os atletas terem paciência e aguardarem por uma chance, já que o grupo de selecionáveis é, teoricamente, composto pelos melhores jogadores, Dunga fala com propriedade sobre foco e determinação, já que teve sua passagem pela Seleção Brasileira marcada pela postura aguerrida e o espírito de liderança em campo.
“É muito importante o jogador chegar na Seleção pronto. Você não pode chegar para recuperar uma lesão, recuperar a forma física. Tem que chegar 100% e focado para saber que, em um período de 15 ou 20 dias numa competição, você pode conquistar tudo que você não conquistou no clube”.