O Santos começou a semana pregando a vitória a qualquer custo nos dois jogos na Vila Belmiro contra os ponteiros Corinthians e Goiás. O saldo, entretanto, foi desastroso para o alvinegro praiano. No clássico, foi derrotado por 3 a 2, viu a torcida invadir o campo, o que provocará a interdição do estádio a partir desta segunda-feira. Já diante do Goiás, um empate por 1 a 1, neste domingo, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Assim, o time não só praticamente deu adeus às chances de brigar pelo título, como ainda se distanciou da disputa por uma vaga na Copa Libertadores de 2006. Com o único ponto obtido diante dos dois ponteiros em casa, o Santos permaneceu na sétima colocação, com 49 pontos, mas está 14 atrás do Corinthians e tem cinco a menos que o Fluminense, atual quarto colocado e dono da última vaga nacional no torneio continental.
Neste domingo, o Peixe voltou a mostrar uma equipe limitada, sem inspiração e que foi facilmente envolvida pela bem montada equipe do Goiás. Aliás foi o alviverde que saiu na frente do marcador com Jorge Mutt, aos nove minutos. O Santos igualou o placar aos 22, com Luciano Henrique, mas viu o time visitante ter melhores oportunidades.
O resultado só não foi pior para os anfitriões, pois a trave salvou o goleiro Saulo em duas oportunidades. Envolvido, o técnico Nelsinho Baptista mudou a dupla de ataque, adiantou a marcação, mas sequer ameaçou a meta de Harlei, que foi praticamente um espectador no segundo tempo.
Desta forma, o campeão brasileiro, que entrava na semana para “matar ou morrer”, termina com remotíssimas chances de repetir o feito de 2004 e com o consolo de brigar “somente” pela vaga na Libertadores. Um triste fim para quem demitiu Gallo, há três semanas, com a promessa de “chegar mais forte” para a reta final do Nacional.
Já o Goiás não deixou o Corinthians escapar, manteve os seis pontos de diferença e segue em segundo lugar. O time bem montado de Geninho não perde há quatro jogos, permanecendo na perseguição ao líder do Brasileiro, junto com Inter e Fluminense.
Na próxima rodada, o Santos terá pela frente outro compromisso difícil e vital para sonhar com a Libertadores. A equipe visita o São Paulo, que goleou o Flamengo, no próximo sábado no Morumbi. Um dia antes, o Goiás encara o desesperado Brasiliense, fora de casa.
O jogo
Embalado por três vitórias seguidas, o Goiás soube aproveitar muito bem o nervosismo do Santos e, com muita velocidade, dominou as ações no início da partida. Com a exploração da mobilidade de Paulo Baier, que se deslocava o campo todo, o vice-líder contou com um erro de Saulo para abrir o placar, logo aos nove minutos.
Em jogada pela esquerda, Dodô recebeu na entrada da área, bateu em cima do goleiro do Peixe, que tentou encaixar e acabou soltando a bola nos pés de Jorge Mutt para tocar no gol vazio. Perdido em campo, o Santos conseguiu se arrumar a partir dos 15 minutos e, após tabela com Luciano Henrique, Cláudio Pitbull exigiu boa defesa de Harlei.
Aos 17, o meia Giovanni perdeu uma chance incrível de empatar. Livre na pequena área, ele bateu por cima do gol, depois de cobrança de escanteio. Mas foi com Luciano Henrique, fator surpresa da equipe, que o Santos empatou. Aos 22, Heleno lançou o meia, que invadiu a área e bateu cruzado, sem chances para o goleiro.
Com o empate, o Goiás recuou e passou a explorar a velocidade de Souza. Enquanto o meia Ricardinho cansava de errar passes, o atacante goiano deixou Júlio Santos na cara do gol, aos 26, mas o zagueiro acertou o travessão. Dez minutos depois, Souza, de novo, recebeu de Paulo Baier, tocou para Jorge Mutt, que girou e, livre, bateu em cima de Saulo.
Show tático: Na etapa final, o Goiás acertou os espaços na defesa, anulou de vez Giovanni e Ricardinho, partindo para um sufoco no ataque. Com os dois laterais ágeis e Souza em noite inspirada, o alviverde dominou e cansou de perder chances para marcar.
Aos sete, Jadílson dominou na entrada da área, batendo rente ao gol. Em seguida, a trave salvou novamente o Peixe em finalização de Souza da entrada da área. Na sobra, Jorge Mutt fez o mais difícil e bateu em cima de Saulo. Apático e lento, o Santos só voltou a dar trabalho aos 11, com uma bela jogada individual de Giovanni. Ele driblou três, passou para Luciano Henrique, mas o meia acertou a zaga.
Mas o time visitante manteve a pressão e parou em mais duas boas defesas de Saulo, em tentativas de Cléber e Dodô, aos 12 e 13 minutos. No último, o goleiro fez uma grande intervenção, ao espalmar cabeçada certeira do atacante. Quatro minutos depois, Harlei fez bela defesa em cabeçada de Geílson, aos 17 minutos.
Nelsinho colocou Basílio no lugar de Giovanni, mas a equipe seguiu pouco efetiva na frente. A equipe só ameaçava em lances de bola parada ou cruzamentos esporádicos para a área, que Geílson perdia. Na base do contra-ataque, o Goiás ainda perdeu oportunidades com Jardel e Jadílson, mas deixou o campo satisfeito com o empate fora de casa. Para o Santos, resta apenas o consolo da Libertadores.