O Avaí, depois de perder para o Luverdense pelo brasileirão da Série B, acaba de ser eliminado da Copa do Brasil, pelo Palmeiras. Com gol de Mouche, o Palmeiras venceu por 1 a 0, no Pacaembu, e avançou sem sustos para as oitavas de final. Os mais de 6 mil torcedores que pagaram ingresso e enfrentaram frio nesta noite não deveriam ter muita dúvida sobre a classificação, já que os 2 a 0 na ida, em Florianópolis, encaminhou a vaga. Mas esperavam atuação mais convincente, algo que Leandro não foi capaz de fornecer perdendo oportunidades na cara do gol tanto no primeiro quanto no segundo tempo.
Aos 22 minutos da etapa final, Ricardo Gareca cansou do atacante e sua troca por Mouche causou intensos aplausos, além de vaias e xingamentos que acompanharam o camisa 38 ao longo do jogo. O argentino deu ainda mais alegria ao chegar de trás para balançar as redes, 31 minutos, marcando pela primeira vez pelo time.
À espera de sorteio para saber quem enfrentará na Copa do Brasil, no fim do mês, o Verdão retoma a tentativa de vencer com seu técnico no Brasileiro indo ao Independência para enfrentar o Atlético-MG, às 18h30 (de Brasília) de domingo, buscando a recuperação após sete rodadas sem vitória. Já o Avaí tenta entrar na zona de acesso da Série B do Brasileiro e, às 21 horas de sábado, visita o Oeste.
O jogo – Gareca armou o time da maneira que desejava contra o Bahia, quando não teve Allione por falta de regularização de seus documentos. Ajeitou a equipe no 4-2-3-1, confiando na presença de Renato na cabeça de área para suprir as subidas de Tobio, novidade nesta noite, e montando a linha com Allione, Felipe Menezes e Leandro para se aproximar de Henrique.
Os dez primeiros minutos, porém, foi de um Verdão jogando de azul e correndo atrás do Avaí, que adiantou sua marcação e passou a frequentar o campo dos anfitriões. O panorama só mudou porque Allione não se satisfazia em ficar no ataque e, ao lado de Wesley, passou a rodar o campo para fazer sua equipe jogar.
A disposição do argentino fez a torcida se levantar pela primeira vez, quando foi aplicando dribles curtos até finalizar perto do ângulo direito de Vagner, aos dez minutos. Mas faltava quem acompanhasse o camisa 20. Seus toques curtos viraram passes aos adversários porque Wendel, Felipe Menezes e Wesley erravam demais na devolução.
O maior problema do Palmeiras, porém, era a confiança dos seus zagueiros. Tobio ia para a frente e não ganhava de ninguém na velocidade para recuperar a bola. Lúcio fazia pior, entregando a bola a rivais com mais qualidade do que Cléber Santana e Marquinhos, experientes meias do Avaí.
Até que Wendel, após toques de calcanhar errados, encaixou uma boa jogada em sua 200ª partida pelo clube. Aos 29 minutos, cruzou com precisão para Leandro, livre na entrada da pequena área, isolar diante do gol, para revolta da torcida. Piorou quando não dominou passe de Allione que o deixaria na cara do gol, minutos depois.
Se levava sustos nas investidas catarinenses, o Verdão não sabia aproveitar a posse de bola maior porque, além de Leandro, Henrique se escondia atrás da marcação. A torcida só pôde comemorar quando o árbitro Paulo Schleich Vollkopf escorregou e caiu no gramado, lance comemorado como se fosse um gol. Um raro momento de alegria.
Na volta do intervalo, Wilker, com um minuto, quase marcou para o Avaí. Mas a noite era de irritação com Leandro. Se Allione ganhou aplausos ao driblar até bater rente ao gol aos cinco, Henrique saiu da área para colocar Leandro na cara do goleiro e o camisa 38 justificou os xingamentos ao chutar em cima de Vagner.
A jogada, pelo menos, animou os anfitriões. Os comandados de Gareca tiveram mais disposição para acompanhar Allione e também qualidade, enfim acertando passes para tornar mais útil a presença fixa no campo adversário. Em um desses lances, Felipe Menezes chutou em cima da zaga e a bola sobrou para Henrique, que acordou no intervalo, finalizar perto da trave direita, aos 13.
Como o Avaí não tinha mais do que lançamentos em direção a Wilker, o Palmeiras jogava apenas contra seus próprios erros. E Leandro já não tinha mais perdão. Sua substituição foi comemorada como um gol, aos 22 minutos, e Mouche entrou forçando Vagner a fazer boa defesa em forte chute do atacante argentino em sua primeira jogada.
Com Mouche pela esquerda, Victor Luis passou mais e desafogou para Allione, que tinha dificuldade para fazer Wendel acertar pela direita. O ânimo maior foi mais eficiente também. Aos 31 minutos, Mouche aproveitou bola que sobrou após cobrança de lateral e bateu de primeira para balançar as redes.
Respirando aliviado por escapar do 0 a 0, o Verdão preencheu seu meio-campo com Marcelo Oliveira e Bruno César nos lugares de Wesley e Henrique ainda quase fez mais um, em finalização de Marcelo Oliveira que Vagner rebateu. Mas não era mais preciso balançar as redes, até porque o Avaí desistiu do jogo. Sem encantar, o Verdão venceu. E só Leandro parece ter perdido.