Poucas pessoas sabem que Goalball é um esporte, menos sabem que é uma modalidade paralímpica (o Brasil é uma potência mundial), e quase ninguém sabe que existe um time em Sinop. A equipe mantida pela Associação dos Deficientes Visuais e Amigos de Sinop (Adevas) treina há um ano ininterruptamente e se prepara para disputar o Campeonato Regional do Centro Oeste, entre os dias 12 e 15 de julho, em Cuiabá.
O time existe desde 2014, mas passou por um período de inatividade. Há cerca de um ano, o professor de educação física, Hilton Percinoto, assumiu os treinamentos com o intuito recreativo, mas os jogadores evoluíram tecnicamente e logo começaram a falar em competição. “Vai ser a nossa primeira competição e não temos nenhuma experiência ainda. De Nova Mutum até o Pará, somos o único time em Mato Grosso”, explicou o treinador.
A falta de adversários para praticar o esporte competitivamente não é a única dificuldade. Como em outras modalidades, há carência de patrocínio e visibilidade, mas no caso específico do Goalball, faltam até atletas para treinarem. “Uma equipe é composta por nove pessoas. São três da comissão técnica, três jogadores titulares e três reservas. Nós só temos seis atletas treinando, então, eles têm que jogar uns contra os outros nos treinamentos. O ideal é ter mais gente para treinar conosco, e não precisa ser deficiente visual. Aproveito para convidar as pessoas para conhecer o esporte e a vir praticar conosco”, convidou Percinoto.
Os treinos são realizados aos sábados na quadra da escola Taciana Balth Jordão, no Jardim Paraíso. Nas quartas-feiras eles se reúnem na sede da Adevas para estudar mais sobre o Goalball e outras modalidades.
O Goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, para reabilitar veteranos de guerra que ficaram cegos. Uma partida é realizada numa quadra com as dimensões de uma quadra de vôlei, entre duas equipes com três atletas cada com o objetivo de fazer gols. Durante o jogo os atletas têm a função de arremessar e defender. A bola arremessada deve tocar em determinadas áreas da quadra para que o lance seja considerado válido. A bola é parecida com a de basquete e possui guizos em seu interior para que os jogadores saibam a sua direção, por isso o silêncio é importante durante as disputas.
O Brasil tem duas medalhas em Paraolimpíadas, uma prata em Londres (2012) e um Bronze no Rio (2016), todas com a equipe masculina.