Com dez jogadores em campo desde os 38 minutos de jogo, o Cruzeiro fez valer o fator casa e, com dois gols de Guilherme e outro de Wagner, bateu o Botafogo neste domingo, impedindo os cariocas de continuarem na liderança isolada do Brasileirão. André Lima e Renato Silva diminuíram no final, mas não houve tempo para buscar o empate.
Agora, o Botafogo tem a companhia do São Paulo, que bateu o América-RN em Natal e também chegou aos 28 pontos, na ponta do torneio. A vantagem carioca está no número de jogos disputados: 14, contra 15 dos paulistas.
A partida demorou a engrenar e o primeiro tempo do jogo foi bastante estudado e com poucas chances de gol, para desespero do bom público que compareceu ao Mineirão. O melhor lance dos primeiros 45 minutos pertenceu ao Botafogo, em contra-ataque puxado por Jorge Henrique e finalizado por André Lima, que perdeu o duelo com o goleiro Fábio.
O Cruzeiro não obrigou Júlio César a fazer uma só defesa no primeiro tempo e levou perigo somente em um lançamento longo para Roni, que foi interceptado pelo camisa um do alvinegro carioca. A maior emoção da etapa inicial foi a expulsão incomum do volante Daniel, que entrou em campo aos 17 minutos para substituir Ramirez. Aos 38, o volante fez falta em Jorge Henrique e levou cartão amarelo. Dez segundos mais tarde, cometeu nova infração e foi punido novamente, desta vez com o vermelho.
O lance revoltou o técnico Dorival Júnior, que partiu para cima do árbitro Leonardo Gaciba no intervalo, aos gritos. “O que ele está fazendo aqui é um absurdo”, bradou, aos microfones de rádios e televisões, para ser excluído do jogo na seqüência.
No segundo tempo, como era impossível piorar, a partida melhorou. Logo aos dois minutos, em contra-ataque fulminante, Júlio César saiu do gol de forma atabalhoada e, no meio-campo, foi encoberto por Guilherme: golaço e vantagem da Raposa.
O gol obrigou o líder a sair do marasmo e partir em busca do prejuízo. Em bonita cobrança de falta, Juninho obrigou Fábio a trabalhar aos cinco minutos para evitar o gol de empate carioca. Antes dos dez, Cuca sacou o zagueiro Alex para a entrada do meia Zé Roberto, tornando o Fogão ainda mais ofensivo.
Todo à frente, os cariocas abriram espaços na defesa e quase foram castigados aos 14, quando Roni apareceu sozinho na cara de Júlio César e só não marcou o segundo porque lhe faltou calma e categoria.
O panorama do jogo seguiu idêntico até o final, com o Botafogo na pressão e o Cruzeiro no contra-ataque. Os mineiros ainda contaram com a sorte em duas oportunidades: na primeira, ao verem Fábio defender chute de Ricardinho com os pés e a bola acertar o travessão, e na segunda em contra-ataque de Zé Roberto, que Fábio desviou novamente de encontro à trave, na derradeira chance de empate do Alvinegro carioca.
Quando restavam 13 minutos para o fim da partida, o árbitro Leonardo Gaciba deu uma forcinha e a Raposa matou o jogo. Em rápido contra-ataque, a zaga botafoguense fez o corte e Júlio César saiu do gol para defender. O árbitro marcou recuo e falta em dois lances para os mineiros. Na cobrança, a bola acertou a barreira e, na sobra, Wagner encheu o pé: 2 a 0. O gol desestabilizou o Botafogo e, quatro minutos depois, Guilherme subiu mais do que toda a zaga carioca e cabeceou com estilo para fazer 3 a 0 e garantir a vitória.
André Lima e Renato Silva chegaram a diminuir para o Botafogo, mas houve tempo suficiente para o empate e a Raposa, apesar do susto, deixou o campo comemorando os três pontos e a vitória por 3 a 2.
Na próxima rodada, o Cruzeiro vai ao Rio de Janeiro encarar o Flamengo, quinta-feira, às 20h30, no Maracanã. Um dia antes, no mesmo palco e no mesmo horário, o Botafogo terá a chance de somar mais três pontos e se recuperar na competição diante do ameaçado América-RN.