A segunda e decisiva partida da final do Campeonato Mineiro 2008, neste domingo, às 16h, no Mineirão, será um duelo atípico entre os dois maiores clubes de Minas, embora a situação atual se assemelhe à da decisão de 2007. De um lado, o Cruzeiro entra em campo para confirmar uma larga cômoda vantagem. De outro, o Atlético joga para tentar operar, dada as circunstâncias, um milagre.
No primeiro clássico da decisão, disputado domingo passado, o Cruzeiro, que já entrou em campo com a vantagem de jogar por dois resultados iguais, goleou o Atlético por 5 a 0 e conseguiu apagar o vexame do primeiro jogo da decisão estadual do ano passado, quando levou de 4 a 0 do rival e perdeu o título mineiro de 2007.
A situação repetiu-se neste ano. Só que favorável ao Cruzeiro, que pode perder até por cinco gols de diferença neste domingo que o título de 2008 vai para a Toca da Raposa. O time comandado por Adilson Batista é dono da melhor campanha no Estadual e terminou a primeira fase em primeiro lugar. Nas semifinais passou pelo Ituiutaba: empate por 4 a 4 e vitória por 3 a 1, ambos no Mineirão.
Com a goleada sofrida no primeiro clássico, o Atlético viu o bicampeonato mineiro ficar distante. Para ser campeão estadual, o time de Geninho, que terminou a fase classificatória em terceiro lugar, precisa vencer o rival por uma diferença maior do que cinco gols. Nas semifinais despachou o Tupi com duas vitórias, por 3 a 2, no Mineirão, e 1 a 0, em Juiz de Fora.
Os rivais chegam à decisão deste domingo “desgastados” pelos compromissos que tiveram na quarta-feira passada. O Atlético obteve uma vitória dramática sobre o Náutico, por 1 a 0, no Mineirão, resultado que o classificou para as quartas-de-final da Copa do Brasil. Na próxima quinta-feira, fará o primeiro jogo do mata-mata com o Botafogo, no Mineirão.
O Cruzeiro foi a Buenos Aires para enfrentar o Boca Juniors em La Bombonera, pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores, e voltou derrotado, por 2 a 1. A partida foi encerrada um minuto antes do acréscimo determinado pela arbitragem em função de um objetivo atirado ao gramado que feriu na cabeça de um dos assistentes. O segundo jogo será na quarta-feira, no Mineirão.
Durante a semana, o clima de decisão foi marcado pelo respeito dos jogadores do Cruzeiro ao rival. Apesar da larga vantagem, os cruzeirenses adotaram o discurso de que “nada está ganho ainda”. No Atlético, a ordem é não desistir e lutar até o último minuto do jogo. Geninho chegou a dizer que acredita na possibilidade de um milagre neste domingo.
Os dois treinadores mantêm em segredo as escalações de suas equipes, que serão reveladas somente no Mineirão. O certo é que Ramires, que cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo, desfalca o Cruzeiro, enquanto o capitão Marcos, com dores na coxa esquerda, foi vetado pelos médicos. Vinícius o substitui.
Cruzeiro
Fábio; Marquinhos Paraná, Thiago Heleno, Espinoza e Jadílson; Fabrício, Charles, Henrique e Wagner (Marcinho); Guilherme e Marcelo Moreno
Técnico: Adilson Batista
Atlético
Juninho; Coelho (Gérson), Leandro Almeida, Vinícius e Thiago Feltri (Agustín Viana); Rafael Miranda, Márcio Araújo, Souza (Renan) e Danilinho; Marques e Marinho (Eduardo)
Técnico: Geninho