Faltando pouco mais de 30 dias para a abertura do principal torneio de futebol profissional de Mato Grosso, a maioria dos clubes confirmados no Campeonato Mato-grossense da Primeira Divisão atravessa uma das piores crises financeiras de sua história. Dos 11 participantes confirmados no Estadual, mais da metade reclama da inviabilidade financeira para disputar a competição local. Alguns deles põem em dúvida se estarão em campo a partir do dia 18 de janeiro, quando o torneio será aberto com o jogo entre Mato Grosso e Sinop no estádio Dutrinha.
Um exemplo claro de indefinição é a atual situação do Cacerense e Sorriso, que podem ficar sem presidentes e automaticamente de fora da disputa. Há um mês, Celso Kosak colocou o cargo de mandatário do ‘Lobo" do Norte à disposição. Revela estar cansado e se sente isolado para tocar o clube sozinho. Ele protocolou ofício na federação, pedindo prazo até o próximo dia 20 de dezembro para tomar uma posição definitiva quanto participação no campeonato.
A mesma posição é de Renato Fídelis, que deixou a presidência do time de Cáceres, alegando dificuldade em presidir a equipe durante o Estadual sem apoio da sociedade organizada do município pantaneiro. Prestes a decidir o título da Copa Mato Grosso contra o REC, o presidente do União, Carlos Rufino, ressalta que a crise enfrentada pelos clubes se dá em função do ‘calote" do governo do Estado em não ter repassado a ajuda financeira no valor de R$ 2 milhões referentes o ao Estadual do ano passado e do desinteresse da FMF em dar seu respaldo aos times.
"Não é possível, o Estado que irá receber a Copa do Mundo de 2014 enfrentar essa crise. A Federação em Mato Grosso é a única do Brasil a não dar ajuda aos seus filiados. É a única. Recebe dinheiro da CBF, mas não ajuda os times", afirmou Rufino, que na sua bronca, alivia o lado do Estado.
"Não queremos dinheiro do governo do Estado. Mas que o poder público crie mecanismos, meios para os clubes se manterem. Da forma que está daqui um dia será difícil fazer futebol profissional em Mato Grosso", disse o dirigente, que pretende quitar um dos dois meses de salários em atraso antes da decisão da Copinha. "Vou tentar quitar pelo menos uma folha", complementou.
Considerados os clubes mais estruturados do futebol estadual, Cuiabá e Luverdense se mantém pelo desprendimento de seus dirigentes. Recentemente, Aron Dresch chegou a revelar que a diretoria está cansada de bancar sozinha a equipe em várias competições. "Estamos cansados de fazer futebol só para nós mesmos. Um dia você cansa de bancar sozinho um clube de futebol profissional. O nosso patrocinador cansou de colocar dinheiro", disse Dresch, há dois meses.