O Santos continua sem vencer no Campeonato Brasileiro. Na noite desta quarta-feira, em mais um jogo após as saídas do astro Neymar e do técnico Muricy Ramalho, a equipe do litoral paulista foi derrotada por 3 a 1 pelo Criciúma. Chegou a ser provocada com gritos de “olé” da torcida adversária, que fez muita festa para os gols de João Vitor, Giancarlo e Matheus Ferraz no Heriberto Hülse. Neílton descontou.
Com mais um tropeço, o Santos do treinador interino Claudinei Oliveira continua com apenas 2 pontos na tabela de classificação do Brasileiro. A última chance de reação antes da paralização para a disputa da Copa das Confederações será contra o Atlético-MG, no sábado, na Vila Belmiro. No mesmo dia, o Criciúma tentará ampliar os seus 6 pontos diante do Flamengo, outra vez em casa.
O jogo – Vadão pisou no gramado do Heriberto Hülse, olhou para a torcida do Criciúma e encaminhou-se para a sua área técnica com um semblante confiante. “Com o pessoal nos apoiando, temos tudo para fazer um grande jogo”, disse. De fato, o seu time iniciou a partida contra o Santos com a mesma disposição de quem cantava e pulava nas arquibancadas.
Para contribuir com o “grande jogo” do Criciúma, o Santos tinha uma postura oposta, apática. A renovada equipe armada por Claudinei Oliveira pecava bastante pela falta de criatividade. Na maioria das vezes, tentava resolver o problema com lançamentos longos. Como aquele que fez Felipe Anderson dividir com o goleiro Bruno, cair na área e pedir pênalti aos três minutos – no único lampejo santista no primeiro tempo.
Reclamar da arbitragem não foi um privilégio dos jogadores do Santos. O time e a torcida do Criciúma também protestavam muito contra a atuação de Pablo dos Santos Alves. A diferença era de que a equipe da casa, além de chiar, buscava o gol com eficiência. Aos 12 minutos, por exemplo, o ex-santista Marcel cabeceou com força na pequena área e obrigou Rafael a fazer bela defesa.
Pouco depois, aos 15, o Criciúma conseguiu abrir o placar. Marcel foi acionado e executou bem a função de pivô, ao proteger a bola da marcação e rolar para João Vitor. O meio-campista arrematou firme para acertar o canto do gol, abalando ainda mais o Santos – que passou a trocar passes no campo de ataque, sob vaias, sem encontrar espaços para explorar.
Dez minutos mais tarde, o Criciúma voltou a colocar a bola na rede. Desta vez, porém, a arbitragem percebeu um duvidoso impedimento de Matheus Ferraz dentro da área. A torcida da casa se lamentou ainda mais quando, aos 33, Fabinho se contundiu e precisou ser substituído por Tartá, que foi a campo no mesmo ritmo acelerado de seus companheiros, apostando na correria e nas conclusões de fora da área.
Para o segundo tempo, Vadão voltou a mexer no Criciúma. Trocou Marcel por Giancarlo. Seu colega Claudinei Oliveira foi obrigado a fazer a primeira alteração quatro minutos depois, já que Felipe Anderson se machucou e cedeu lugar para o também jovem Leandrinho ir a campo com passadas largas, transparecendo muita motivação.
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Apesar de o Santos ter ganhado um pouco mais de presença ofensiva após a alteração, o time que acertou o gol novamente foi o do Criciúma. Aos nove minutos, Lins caiu em disputa de bola na área com Léo, e o árbitro não hesitou em assinalar o pênalti – para a indignação do veterano. Giancarlo não se importou com as queixas do adversário e bateu com categoria para ampliar o marcador.
De imediato, o Santos mandou mais uma de suas promessas ao gramado: Gabriel, que substituiu o volante Renê Júnior. Àquela altura, contudo, a equipe do litoral paulista já extravasava todo o seu nervosismo. Até o habilidoso Neílton foi punido com cartão amarelo por falta dura. Assim como Durval, próximo de trocar o clube pelo Sport, que poderia até ter sido expulso depois de um carrinho, mas não deu ouvidos à bronca de Giancarlo.
A falta cometida por Durval teve como consequência o terceiro gol do Criciúma. Aos 20, Matheus Ferraz aproveitou o mau posicionamento da defesa do Santos para cabecear para a rede – e pôde comemorar à vontade agora, depois de ter sido frustrado por um impedimento ao balançar a rede na primeira etapa. Era o que faltava para a torcida local começar a gritar “olé” no Heriberto Hülse.
Com larga vantagem no marcador, o Criciúma passou a administrar o resultado, diminuindo sensivelmente o ritmo da partida. O Santos também já não tinha mais forças para reagir, mesmo com a sua última cartada em campo – Pedro Castro ocupou a vaga de Cícero -, e o máximo que conseguia eram algumas triangulações entre os seus novatos candidatos a sucessores de Neymar.
Foi dessa forma, no entanto, que o Santos descontou nos minutos finais. Aos 45 minutos, Gabriel foi à linha de fundo pela esquerda e cruzou para Neílton escorar para a rede, diminuindo um pouco a tristeza (mas não os problemas) de sua equipe.