Vitorioso contra seleções africanas em outras edições da Copa do Mundo, o Japão não conseguiu repetir o sucesso em sua estreia no Mundial de 2014. Em Pernambuco, a equipe dirigida pelo italiano Alberto Zaccheroni saiu na frente, mas pagou pelos problemas aéreos, tomou gols de cabeça e perdeu para a Costa do Marfim por 2 a 1.
Escalados surpreendentemente sem Didier Drogba, os comandados de Sabri Lamouchi – dirigido por Zaccheroni em seus tempos de Inter de Milão – tiveram oportunidades no equilibrado primeiro tempo, porém deram espaço a Honda. E o habilidoso meia abriu o placar, aos 15 minutos.
A Costa do Marfim voltou agressiva do intervalo, comportamento que se acentuou com a entrada de Drogba no lugar do volante Serey Die. Cinco minutos depois, aos 20, embora em jogadas sem a participação direta do atacante, o placar havia sido virado. Bony e Gervinho aproveitaram cruzamentos precisos de Aurier.
As pancadas, com intervalo de dois minutos, atordoaram os japoneses, que não conseguiram se recuperar. A tentativa de recuperação ficará para a próxima quinta, contra a Grécia, lanterna do Grupo C. Os africanos buscarão encaminhar a classificação também na quinta, contra a líder Colômbia.
Honda acha espaço, e Japão sai na frente
Foi equilibrado o primeiro tempo na Arena Pernambuco. Houve momentos de predominância das duas equipes, e a balança pendeu para o lado japonês nos 45 minutos iniciais por causa da precisão de Honda na oportunidade que teve o talentoso meio-campista.
O começo foi de vantagem laranja, com a Costa do Marfim mantendo a bola e chegando com algum perigo, como aconteceu na conclusão de Bony, travado pela defesa após a boa jogada de Gervinho. A equipe permanecia no ataque até que cometeu dois vacilos e viu o adversário sair na frente.
O primeiro aconteceu após a batida de escanteio de Honda, desviada por Okazaki. Na pequena área, Kagawa não conseguiu concluir. Logo em seguida, no entanto, aos 15 minutos, Honda aproveitou o espaço cedido por Yaya Touré após uma cobrança de lateral, dominou tirando do marfinense e bateu no ângulo direito.
A formação africana sentiu o golpe e viveu momentos de dificuldade. Honda começou a orquestrar os ataques do Japão e serviu Uchida, que esteve perto do gol após corte em Serey dentro da área. O atrapalhado Barry Copa defendeu, dando um rebote que não foi aproveitado.
Nos minutos que antecederam o intervalo, houve um equilíbrio maior. Conclusões limpas aconteceram apenas em batidas de falta da Costa do Marfim, mas o time de Sabri Lamouchi passou a contar com bons passes de Yaya Touré e rondar perigosamente a área asiática.
Kawashima chegou a ter o poste esquerdo acertado, depois de dar rebote, em lance mal anulado por impedimento. E a Costa do Marfim desperdiçou sua melhor chance em cruzamento preciso de Boka. Kalou cabeceou livre, pegando mal na bola e mandando-a à direita.
O placar adverso fez a equipe africana ser mais agressiva na etapa final. Logo aos dois minutos, após batida de Aurier desviada na zaga, Bony tentou de cabeça na pequena área e acabou acertando de ombro. Minutos depois, após uma reclamação exagerada de pênalti em Yaya Touré, Gervinho perdeu nova chance pelo alto – ponto fraco japonês.
O estádio se incendiou com a entrada de Didier Drogba, aos 15 minutos. Saiu o volante Serey Die, e a Costa do Marfim adotou uma formação bem ofensiva. Em seu primeiro toque na bola, o atacante deixou Gervinho na cara do gol, e a tentativa de passe foi interceptada.
Não demorou para a pressão dar resultado. Aos 18min, Aurier achou cruzamento preciso da direita, e Bony se antecipou a Morishige para marcar de cabeça. Aos 20, em jogada parecida, foi a vez de Gervinho aproveitar o cruzamento da direita de Aurier, cabeceando no canto esquerdo de Kawashima – que tocou na bola, mas não impediu o gol.
Os japoneses não conseguiram se recuperar do baque. Mesmo em vantagem no placar, foi a Costa do Marfim quem ficou no campo de ataque a maior parte do tempo até o apito final. Drogba esteve muito perto de seu gol em chute de pé esquerdo, mas se satisfez em mudar o jogo e comemorar a vitória.