Tinha tudo para ser uma festa e uma nova goleada. No entanto, os 32.600 pagantes saíram do Pacaembu preocupados e com pelo menos uma certeza: o time precisa acertar sua defesa seja com contratações, treinamentos ou um milagre. Em sua primeira partida em casa pela Libertadores 2006, o Timão incorporou a raça ao seu futebol técnico, mas perdeu a chance de matar o jogo no primeiro tempo e acabou surpreendido.
Ao final dos 90 minutos, o Timão empatou, por 2 a 2 , com o Universidad Católica, nesta quarta-feira. Roger e Nilmar marcaram os gols corintianos e Jorge Quinteros foi o responsável por dois gols de cabeça que devem fazer a MSI correr para concretizar a contratação de um zagueiro. Rodrigo é o nome preferido.
A Universidad Católica deu trabalho e mostrou inteligência para igualar o jogo. Além das falhas defensivas, faltou cabeça e tranqüilidade ao Timão, que tem um time jovem e pouca experiência em Libertadores. Tevez, que voltou da Argentina horas antes do jogo, não atuou bem.
O Corinthians volta a jogar pela Libertadores no dia 9 de março, contra o Tigres, no México. No sábado, o time recebe o Santo André, novamente no Pacaembu, em jogo válido pelo Paulistão.
O jogo
Após bonita festa da torcida, o Corinthians começou o jogo assustando seus fiéis. Betão perdeu a bola na entrada da área e quase complicou as coisas. Na seqüência da jogada, a defesa bobeou novamente e o goleiro Marcelo, atrapalhado, salvou no último momento.
Aos poucos, o Timão se acertou e conseguiu escapar da marcação adiantada do adversário. Roger, Ricardinho e Marcelo Mattos arriscaram chutes a gol. Nilmar incendiou de vez o estádio ao roubar uma bola na defesa e puxar contra-ataque com Tevez. Wescley, que fez um bom primeiro tempo na defesa, teve grande chance de marcar, mas chutou por cima das traves.
O Corinthians fazia uma bela partida com todos os jogadores participando e ajudando na chegada ao ataque. O time chileno sentiu a pressão e começou a fazer cera. Aos 15 minutos, Nilmar tocou no vazio para Coelho, que chutou firme, quase sem ângulo. O goleiro rebateu na cabeça de Roger, que marcou seu primeiro gol após a contusão.
O camisa 7 comemorou mostrando o tornozelo em que sofreu a cirurgia e depois desenhou um coração imaginário no ar, olhando para a tribuna de honra, onde estava sua namorada Adriane Galisteu. O goleiro Marcelo continuava mostrando deficiências na saída do gol. Em uma falha, ele foi salvo pela trave em cobrança de falta de Arrué. Apesar de inferior tecnicamente, o Universidad Católica foi um time chato e inteligente.
Mesmo muito pressionados, os chilenos souberam segurar o jogo e ainda causaram algum perigo em bolas alçadas na área corintiana. Aos 29 minutos, Nilmar e Tevez fizeram jogada bem tramada e colocaram Ricardinho na cara do gol. O meia bateu muito bem, mas o goleiro Buljubasich se esticou todo e foi buscar no canto. A torcida não acreditava no que via. O Corinthians sobrava em campo, mas a bola não entrava. Gustavo Nery acertou uma bomba no travessão.
Após o intervalo, Roger voltou cobrando uma falta novamente na trave, reanimando a torcida. A bola insistia em não entrar até que aconteceu o que os torcedores mais pessimistas começavam a prever. Exatamente como ocorreu contra o São Caetano, no Paulistão, o Corinthians perdeu a chance de matar o jogo no primeiro tempo e acabou permitindo o empate logo no começo do segundo.
O setor mais criticado do Corinthians, a defesa, bobeou em nova bola cruzada e Jorge Quinteros fez 1 a 1, de cabeça. Após o gol, o Timão se desestabilizou e o nervosismo ficou nítido nos rostos e nas atitudes dos jogadores. Betão fez duas jogadas horríveis e quase entregou o jogo.
Antônio Lopes tirou Rosinei e escalou Carlos Alberto, tentando ir ao ataque. Aos 15 minutos, Nilmar acabou de vez com qualquer desconfiança dos torcedores. O atacante fez um golaço, desta vez em momento adverso e decisivo.
Dois minutos depois, no entanto, nas costas de Gustavo Nery saiu o cruzamento que calaria o Pacaembu pela segunda vez. Wescley, que tinha feito bom primeiro tempo, não conseguiu evitar novo gol de Jorge Quinteros, mais uma vez de cabeça: 2 a 2.
Apesar de estar jogando mal, Carlitos permaneceu em campo. Rafael Moura foi escalado no lugar de Roger, que vinha coordenando o time. Não parecia ser a noite do argentino, que recebeu bola açucarada para fazer o gol e chutou para fora.
Ainda nervoso, Betão fez mais uma falta duríssima e levou apenas o cartão amarelo. O Corinthians não se acertou e, sem Roger, as bolas não chegavam aos três atacantes. Arrué acabou expulso, mas era tarde demais para o Timão, que amargou um empate inesperado em casa. Nos acréscimos, Marcelo Mattos marcou de cabeça, mas o árbitro anulou a jogada.