Corinthians e Sport travarão um duelo de “caldeirões” para decidir quem ficará com o título da Copa do Brasil de 2008. O Timão conta com a tradicional força da Fiel para buscar o tricampeonato, mas vê a ameaça pernambucana chegar à final depois de usar a pressão da Ilha do Retiro para derrubar grandes como Palmeiras, Internacional e Vasco.
O Corinthians sabe que precisa da força da torcida no Morumbi, na noite desta quarta-feira, às 21h50, para garantir suas chances de levantar o troféu em Recife, no dia 11.
Os jogadores do Alvinegro paulista mostram consciência de que dificilmente conseguirão emplacar um resultado que garanta uma situação muito confortável para o segundo jogo, mas a ordem é, pelo menos, assegurar qualquer vantagem no Morumbi.
“Acho difícil de a decisão acontecer no primeiro jogo. No Campeonato Mineiro, o Cruzeiro ganhou por 5 a 0 do Atlético-MG e matou a decisão, mas são coisas que não acontecem todos os dias. Esperamos, pelo menos, uma vitória simples que nos dê vantagem para o último jogo”, afirmou o capitão William.
A Fiel, aliás, está sendo muito importante para a campanha do Timão na Copa do Brasil, já que vem lotando o Morumbi nos jogos decisivos. Para o jogo desta quarta-feira, a torcida adquiriu antecipadamente mais de 50 mil ingressos e deverá encher novamente as arquibancadas do Cícero Pompeu de Toledo.
O Sport, por sua vez, chega pela segunda vez em sua história à decisão da Copa do Brasil e espera conquistar seu primeiro troféu, pois teve o Grêmio como carrasco em 1989, ano em que o torneio foi disputado pela primeira vez.
Nesta temporada, o clube pernambucano está usando a Ilha do Retiro como trunfo para buscar o troféu. A torcida do Leão transformou o estádio em um caldeirão para decretar as eliminações de Palmeiras e Internacional. Contra o Vasco, o estádio foi usado para construir a vantagem que sustentou a classificação conquistada em São Januário.
A semifinal, aliás, foi a única fase desta Copa do Brasil que o Leão não decidiu em casa. Com isso, o desempenho rubro-negro no Recife é a grande aposta do time para a taça inédita.
“Esse confronto não dependerá muito da primeira partida. Nada será definido, porque são só 90 minutos. Temos de estar tranqüilos. São dois times que trabalharam muito no campeonato e agora são 180 minutos que tenho certeza que serão de muita qualidade”, apostou Nelsinho Baptista, que vê discurso similar no elenco.
“O primeiro jogo não vai determinar quem será campeão, porque quem jogar mal pode reverter lá no Recife”, pregou o atacante Carlinhos Bala, sem medo das mais de 60 mil vozes da Fiel. “A pressão da torcida adversária nós já enfrentamos contra Palmeiras, Inter e Vasco. Nosso time é experiente, não tem nenhum menino aqui e saberemos lidar com isso. Temos que colocar um tampão no ouvido e só pensar em jogar”, ensinou.
Além de terem a força da torcida como arma em comum, os dois clubes têm semelhanças também quando o assunto é time em campo. De um lado, Nelsinho Baptista faz mistério e mantém dúvida sobre o esquema que adotará. Se optar pelo 3-5-2, o zagueiro César ganha chance. No 4-4-2, a vaga é do volante Everton, que somaria também a função de recuar para a zaga quando o time for atacado.
De qualquer maneira, a base da escalação de sua equipe será a mesma usada diante do Vasco, na semana passada, sem o meia Romerito, que teve de retornar ao Goiás. Na posição do destaque rubro-negro temporada estará Luciano Henrique.
Por outro lado, Mano Menezes segue seu costume de fazer mistério e não confirma a escalação do Corinthians. Apesar do suspense, a única dúvida é em relação ao aproveitamento de Lulinha, que se contundiu na rodada passada da Série B. Se o jogador não puder atuar, o treinador deverá colocar Alessandro na equipe.