Os poucos torcedores que se arriscaram a enfrentar o frio para prestigiar o mistão do Corinthians nesta quarta-feira contra o River Plate devem ter se arrependido. Sem inspiração, e com Bobô em noite bisonha, o Alvinegro esteve à beira do ridiculo e só não deixou o Morumbi amargando uma derrota porque o time argentino, trocadilhos à parte, é o River, ou melhor, horrível.
A única certeza que fica na cabeça dos torcedores é que na Argentina, se resolver colocar pelo menos três estrelas em campo (Mattos, Nery e Tevez, por exemplo), o Timão passará para as quartas-de-final com extrema facilidade, e terá pela frente o Pumas, do México, ou o The Strongest, da Bolívia.
O jogo da volta está marcado para o próximo dia 28, em Buenos Aires. Antes, porém, o Timão vai a Santa Catarina para enfrentar o Figueirense, domingo, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
O jogo: Um dos poucos lances de brilho dos reservas corintianos aconteceu assim que a bola começou a rolar. Bobô, surpreendentemente, fez bela jogada pela direita e cruzou para Carlos Alberto, mas o camisa 19 pegou mal na bola e perdeu o gol.
Depois disso, o que se viu no primeiro tempo foi um futebol sofrível de ambas as partes, com raros lances de gol. Pelos lados do River Plate, Farias, único atacante escalado pelo técnico Reinaldo Merlo, perdeu duas chances claras, uma delas cabeceando livre à frente de Marcelo.
O Timão ameaçou o gol defendido por Lux somente mais uma vez na etapa inicial, com Carlos Alberto arriscando um belo chute de longe, que parou na ponte do goleirão argentino.
O segundo tempo começou exatamente igual ao primeiro. O primeiro lance corintiano foi de Bobô, que conseguiu passar por um marcador e invadir a área, mas se atrapalhou na hora de chutar e carimbou a zaga do River.
Cansado da inoperância de sua equipe, Márcio sacou Dinelson para a entrada do “galáctico” Roger, mas o camisa sete não parecia muito interessado em mudar o ritmo do jogo, e a equipe continuou andando em campo.
Para não deixar Bobô como o pior do jogo, o camisa nove do River, Farias, fez de tudo. Tudo mesmo. Após dar uma botinada em Bruno Octavio e levar cartão amarelo, perdeu um gol feito. Aos 24 minutos, após ganhar de Sebá com um bonito giro, os corintianos já levavam a mão à cabeça, prontos para o pior, mas o chute saiu torto, sem perigo.
Foi o final ideal para um jogo que não fez jus à grandeza e à tradição de duas equipes com torcidas tão apaixonadas como Corinthians e River Plate. Os pouco mais de seis mil ‘heróis’ que gastaram tempo e dinheiro para ir ao Morumbi mereciam, pelo menos, mais esforço por parte das estrelas do ‘espetáculo’.