Foi como a Fiel queria. Se desta vez não houve sofrimento, a festa compensou. Kia Joorabchian pensou em tudo e tirou Marcelinho Carioca de uma sala de aula na faculdade de jornalismo e o transformou em convidado de honra nas tribunas do Pacaembu, ao lado do novo goleiro Sílvio Luiz.
Em campo, o time correspondeu, mostrou raça e técnica. Os jogadores provaram que estavam certos quando não quiseram mandar nenhum jogo da primeira fase no Morumbi. Afinal, o Pacaembu vibrou, incentivou e comemorou a classificação do Corinthians para as oitavas-de-final da Libertadores.
O Timão venceu o Deportivo Cali, por 3 a 0, e garantiu a primeira colocação do Grupo 4. Junto com ela vem a vantagem de decidir em casa o mata-mata na próxima fase. O adversário ainda não está definido.
Marcus Vinícius e Carlitos marcaram os gols corintianos. Rubens Júnior foi um dos destaques da equipe no lugar de Gustavo Nery, que vive péssima fase e foi expulso na última rodada. Marcelo Mattos mais uma vez foi um monstro em campo.
O jogo
O Corinthians começou com muita vontade, lembrando a apresentação histórica contra o Universidad Católica na última rodada. Aos 3 minutos, Nilmar foi lançado por Tevez. O árbitro viu impedimento, provocando muitas reclamações dos corintianos.
Antes do esperado, a ansiedade acabou. Aos seis minutos, Marcus Vinícius subiu mais do que todo mundo no ataque e abriu o placar, de cabeça, após cruzamento da esquerda. A festa estava pronta.
Carlitos queria jogo e fazia tabelas fantásticas com Nilmar. A torcida, que havia gritado “uh, Marcelinho” antes do apito inicial, vibrava agora com o ídolo da atualidade, o argentino camisa 10.
Aos 28 minutos, Rubens Júnior foi recompensado pela grande partida que vinha fazendo. Lançado por Mascherano, ele ajeitou no peito em velocidade e cruzou na medida. Carlitos foi rápido, se atirou na bola e fez um lindo gol: 2 a 0.
No final do primeiro tempo, Carlitos seguiu mostrando porque é tão querido pela torcida. Na raça, ele ganhou do zagueiro adversário, roubou a bola, deu uma série de fintas na ponta esquerda e esperou o pontapé. O árbitro enfim sacou o cartão vermelho do bolso e expulsou Caballero.
No intervalo, mais gritos de “uh, Marcelinho”, mas só até a bola voltar a rolar. O Corinthians apenas administrou o resultado e tinha espaço pela esquerda. Rubens júnior correu bastante, mas teve desempenho mais discreto na etapa final.
Menos concentrado, a defesa corintiana deu algumas bobeadas e Johnny Herrera viu uma bola estourar no travessão. A torcida pediu Roger, mas o técnico Ademar Braga não atendeu prontamente a sugestão.
Ele escalou Xavier no lugar de Marcelo Mattos, que saiu irritado de campo e até chorou no banco de reservas. A galera reclamou do que viu e voltou a pedir Roger, que horas antes do jogo havia recebido o troféu de “jogador mais bonito do Brasileirão 2005”.
Aos 25 minutos, enfim Ademar Braga chamou o camisa 7 para o lugar de Ricardinho, alegrando a Fiel. Dez minutos depois, Coelho fez jogada inteligente pela direita e cruzou. Nilmar entrou rápido na área e marcou de cabeça: 3 a 0.
Mancando em campo, Carlitos Tevez pediu para sair. Renato foi escolhido para substituir o argentino. Com o primeiro lugar do Grupo 4 garantido, o Timão deixou o jogo morno e apenas trocou passes.