Corinthians e São Paulo ainda não perderam no Campeonato Brasileiro. Às 16 horas (de Brasília) deste domingo, no Pacaembu, os rivais irão se encontrar não apenas com o objetivo de seguir nas primeiras colocações da tabela, mas também de manter a estabilidade alcançada após caírem diante do Santos no último Paulistão.
O momento do São Paulo é um pouco melhor. Com cinco vitórias em cinco jogos disputados no Brasileirão, a equipe do Morumbi despontou na liderança e esqueceu a crise que ameaçava o emprego do técnico Paulo César Carpegiani desde a eliminação na Copa do Brasil. Por isso, os jogadores repetiram diversas vezes a palavra “confiança” durante a semana.
Pelo Corinthians, que tem 10 pontos ganhos e um jogo a menos em relação aos seus principais concorrentes, prevalece o respeito pelo rival. “O São Paulo só sofreu um gol no campeonato até agora. É uma equipe que se fecha bem e sabe sair com velocidade para o ataque. Vejo um equilíbrio grande”, comenta o técnico Tite.
O Corinthians também não deixa as suas virtudes de lado. Satisfeito com o desempenho de seu time nos últimos jogos, Tite encara o clássico como uma chance para se firmar na disputa pelo título nacional. “Todos os jogos têm caráter decisivo. É importante a gente ficar nesse bloco da frente. Sinto os meus atletas com muita vontade”, diz.
O discurso de Carpegiani não é muito distinto. “Vamos enfrentar um grande adversário, de muita tradição, em um jogo com uma rivalidade imensa. Sabemos de tudo isso, mas temos a obrigação da vitória, assim como a equipe deles”, afirma.
O São Paulo, no entanto, não pensa apenas na tabela de classificação. A campanha irretocável motivou o elenco a modificar o retrospecto negativo em clássicos neste ano – em quatro desses jogos, a única vitória foi justamente contra o Corinthians, quando o goleiro Rogério Ceni marcou o seu centésimo gol na carreira (segundo suas contas). Além disso, houve um empate com o Palmeiras e duas derrotas para o Santos.
“Não estamos conseguindo os resultados nos últimos clássicos, mas é tudo coisa de fase. Nosso momento para esse clássico é bom, já que os resultados estão acontecendo e a equipe está com moral. Isso nos dá confiança, que é tudo no futebol”, declara o zagueiro Xandão, um dos pilares da melhor defesa da competição.
Para superar os defensores do São Paulo, Tite não quis reforçar o seu ataque com as contratações mais caras que ganhou para o Brasileiro. Emerson seguirá como reserva, o que também aconteceria com Alex mesmo se o meia fosse regularizado a tempo pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – o que não ocorreu. “Por que vou mudar o que vem dando certo?”, argumentou o treinador.
Carpegiani, ao contrário, adotou o mistério no São Paulo. Ele fechou o treino de sexta-feira à imprensa e não revelou o time que será escalado no Pacaembu. Sem Lucas (convocado para a Copa América), Juan e Rodrigo Souto (suspensos), foram muitas as dificuldades para definir a melhor formação contra o Corinthians.
O maior problema é na lateral esquerda, já que Henrique Miranda está machucado e também não jogará. A solução deverá ser o zagueiro Luiz Eduardo, improvisado. Para o lugar de Rodrigo Souto, o favorito é Carlinhos Paraíba, que poderá exercer a função de ala durante alguns momentos da partida.
Na vaga de Lucas, tido por Carpegiani como craque do time, a dúvida paira. Ilsinho é cotado a atuar novamente pela lateral direita, com Jean de volta ao meio-campo. Outra opção é Fernandinho, que está liberado de lesão. Nesse caso, Jean seria mantido pelo lado do campo. De última hora, o técnico ainda teve de pensar na situação de Casemiro, que amanheceu no sábado com amigdalite. Se não puder atuar, o posto ficará com o garoto Rodrigo Caio.
CORINTHIANS: Julio Cesar; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Willian, Liedson e Jorge Henrique. Técnico: Tite
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Ilsinho (Fernandinho), Xandão, Rhodolfo (Bruno Uvini) e Luiz Eduardo; Wellington, Jean, Casemiro e Carlinhos Paraíba; Marlos e Dagoberto. Técnico: Paulo César Carpegiani