O status de favorito à conquista do título não parece cair bem aos italianos. Depois de baterem Gana com ajuda do árbitro Carlos Eugênio Simon, os tricampeões voltaram a campo neste sábado para enfrentar os Estados Unidos, em Kaiserslautern, mas, mais uma vez, não conseguiram encantar, ficando somente no empate contra os sobrinhos do Tio Sam: 1 a 1.
A igualdade no placar levou os italianos à liderança isolada do Grupo E, com quatro pontos. Os norte-americanos pontuaram pela primeira vez e seguem com chances de classificação. Na rodada final, quinta-feira, às 11 horas (de Brasília), a Itália encara a República Tcheca em Hamburgo, enquanto os Estados Unidos enfrentam Gana em Nuremberg.
Em um jogo de muitas expulsões (três, recorde da Copa até agora) e de boa movimentação, o destaque ficou por conta das trapalhadas das defesas. Enquanto Zaccardo marcou contra o gol norte-americano, Bocanegra, com “ciúmes”, acertou o travessão de Keller na etapa final e por pouco não definiu a classificação do “time da Bota”.
Mais pressionados, pois foram goleados pela República Tcheca na estréia, os norte-americanos começaram a partida sufocando a Itália e perdendo gols em demasia, com Clint Dempsey e Bobby Convey, em chutes de longa distância.
Burocráticos e sem imaginação, os badalados italianos demoraram a entrar no jogo e só chegaram à frente graças ao talento do volante Pirlo. Aos 22 minutos, no primeiro ataque da Azzurra, o milanês cobrou falta da direita e Gilardino, como um raio, surgiu mergulhando de cabeça e colocando injustiça no placar do Fritz-Walter Stadium.
Inexplicavelmente, depois de ficar em vantagem a Itália voltou a se perder. Logo na seqüência, aos 27, depois de cobrança de falta para a área, Zaccardo tentou cortar e fez um golaço…contra. Na saída de bola, a situação italiana complicou-se ainda mais. De Rossi subiu para dividir com Mc Bride e acertou uma cotovelada covarde no rosto do norte-americano. Cartão vermelho para o italiano e atendimento médico para o norte-americano, que deixou o gramado sangrando.
O último bom lance da primeira etapa também foi favorável ao time do Tio Sam. Aos 41, Mastroeni arriscou de longe e a bola passou triscando o travessão do goleiro Gianluigi Buffon. Três minutos mais tarde, o próprio Mastroeni deu um carrinho inconseqüente no volante Pirlo e também foi para o chuveiro mais cedo, equilibrando novamente o duelo para o segundo tempo.
Mal começou a etapa final e a Itália ficou em vantagem…numérica. Eddie Pope, que já havia sido advertido com o cartão amarelo (aos 21 minutos do primeiro tempo), fez falta por trás em Gilardino e recebeu o cartão vermelho, devolvendo o domínio do jogo para o time europeu.
Com um jogador a mais, a Itália resolveu sair do marasmo e se arriscar na partida, trocando o “vilão” Zaccardo pelo meia Del Piero. Ironicamente, no entanto, o gol da vitória quase saiu dos pés, ou melhor, da cabeça de um norte-americano. Bocanegra, ao tentar cortar cruzamento de Pirlo, por pouco não jogou contra o patrimônio.
Já o treinador norte-americano foi obrigado a sacrificar dois de seus melhores jogadores, Dempsey e Convey, para as entradas de Conrad e Beasley, na tentativa de melhorar o fôlego. Um minuto depois de entrar, Beasley marcou o gol que daria a vitória histórica à sua equipe, mas o árbitro anulou, alegando impedimento de Mc Bride, que tentou desviar de calcanhar.
O jogo seguiu equilibrado até os minutos finais e a Itália, mesmo perdendo um gol feito com Del Piero, depois de lindo passe de Pirlo, não fez por merecer a segunda vitória na competição. O placar de 1 a 1 acabou fazendo justiça à vontade dos norte-americanos e a falta de brilho do “time da Bota”.