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Com gols no final do jogo, Atlético e Flamengo terminam empatados

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Em um jogo que tecnicamente não esteve à altura da tradição desse clássico nacional, especialmente na década de 80, quando os dois clubes até decidiram um título brasileiro, Atlético e Flamengo ficaram no empate, em 1 a 1, na tarde desta quarta-feira, no Mineirão. Apesar do horário incomum, em um dia útil, a partida foi acompanhada por um bom público, que não foi maior por causa de confusão na compra de ingressos, do lado de fora do estádio.

A partida reservou as emoções para os momentos finais. Até os 43min, o jogo estava 0 a 0, quando Coelho cobrou pênalti de Paulinho sobre Danilinho, abrindo o marcador. Aos 47min, no entanto, o Flamengo empatou, com Leonardo, de cabeça, calando a torcida atleticana que comemorava muito.

Com o empate, Atlético e Flamengo aumentaram o jejum de vitórias. O alvinegro mineiro não vence há três partidas – derrota para o Cruzeiro, por 4 a 2, e empates com o Internacional e o rubro-negro -, enquanto a equipe carioca já não sabe o que é ganhar agora há cinco jogos. O time carioca fez diante do Atlético somente o seu sétimo jogo, já que ficou 16 dias sem entrar em campo, em função da falta de estádios no Rio para jogar, por causa dos Jogos Pan-Americanos.

Com a igualdade, Atlético e Flamengo desperdiçaram a oportunidade de subir na classificação. O alvinegro foi apenas a 13 pontos, continuando muito distante do líder Botafogo, com 21 pontos, e a três do Paraná, que fecha a zona dos quatro clubes que se classificam para a Libertadores, com 14 pontos. Além disso, o time atleticano já não poderá mais somar seis pontos nesse e no próximo jogo, quando receberá o Grêmio, também no Mineirão.

O Flamengo, que iniciou no jogo contra o Atlético uma série de oito partidas como visitante, se manteve na zona de rebaixamento na 18ª posição, com sete pontos, mesmo número do Juventude, mas com uma vitória a menos que o time gaúcho, que já ganhou duas vezes. A equipe de Ney Franco só venceu o Goiás, em 20 de maio, por 3 a 1, no Serra Dourada.

O jogo desta quarta-feira, teve um primeiro tempo de muito equilíbrio, mas sem lances de emoção, em que pouco trabalharam os dois goleiros, ambos chamados Diego e os dois com uma característica comum de terem sido reservas de Bruno, que acompanhou a partida do Mineirão e que pode deixar o Flamengo. No segundo tempo, a história foi diferente, embora o jogo tenha continuado truncado, em muitos momentos.

Mas houve emoção. Coelho acertou a trave do Flamengo, Marcinho, em cabeçada, obrigou o Diego, do Flamengo, a fazer grande defesa, e Renato, por sua vez, levava perigo constantemente ao Diego atleticano. Por jogar em casa, a pressão era do alvinegro, enquanto o clube carioca, apesar das alterações ofensivas de Ney Franco, mais segurava o empate do que buscava o seu gol.

O Atlético volta a campo no próximo sábado, quando recebe o Grêmio, e terá que superar não apenas o adversário gaúcho, que tem a mesma pontuação, mas também dois desfalques importantes: o lateral-direito Coelho e o meia Marcinho, ambos suspensos com três cartões amarelos. Já o Flamengo segue em sua maratona de viagens e enfrentará o São Paulo, no Morumbi.

O jogo

Os goleiros Diego pouco trabalharam nos primeiros 45 minutos de Atlético e Flamengo. O do time carioca um pouco mais que o seu xará atleticano, já que aos 21min teve de fazer uma importante saída em bola lançada para o atacante Vanderlei e aos 36min pegou firme um bom chute do lateral-direito Coelho. Já o camisa 1 alvinegro limitou-se a cortar dois cruzamentos sobre a sua área e a pegar bolas atrasadas.

A pouca exigência aos dois goleiros ilustra a pouca ofensividade de Atlético e Flamengo. O time da casa finalizou seis vezes, só uma na direção certa, a do Coelho e cinco para fora. Já as quatro finalizações do rubro-negro, duas delas com Renato, não tiveram, pontaria. A que passou mais perto, foi aos 27min. O ritmo lento dos dois times ajuda a explicar a ausência de emoção nos 45 minutos iniciais. Mas não foi só isso.

Vinte e seis faltas, sendo 15 cometidas pelo Atlético e 11 pelo Flamengo, além de uma marcação muito forte, especialmente do time visitante, e os erros excessivos de passe deixaram a partida muito truncada. O Flamengo errou 17 passes contra 13 do alvinegro, totalizando 30 erros nesse fundamento. Nos cruzamentos também as falhas foram cometidas. O time de Zetti cruzou nove bolas erradas e apenas três certas, enquanto a equipe de Ney Franco errou oito e acertou só uma bola alçada.

A arbitragem de Sérgio da Silva Carvalho, do Distrito Federal, também esteve no mesmo nível do jogo. Tanto que ele desagradou às duas equipes e provocou intensas reclamações dos jogadores de Atlético e Flamengo, ao término do primeiro tempo. Juan criticou o que chamou de falta de critério do juiz, por Ter recebido um cartão amarelo. O capitão atleticano Marcos acho que o árbitro esteve inseguro e em todos os lances difíceis tomou decisões favoráveis ao Flamengo.

Para o segundo tempo, o Atlético voltou sem Vanderlei, que não conseguiu se acertar, e com o jovem Paulo Henrique, que teve seu nome gritado pelos torcedores. Já o Flamengo voltou com a mesma formação e, segundo Renato, o técnico Ney Franco pediu um pouco mais de “cautela” ao seu time. Já o meia Marcinho considera que o Atlético “perdeu muito a segunda” bola e precisa corrigir esse aspecto.

O reinício da partida, no entanto, mostrou o Flamengo melhor organizado e mais ofensivo. Tanto que teve uma cobrança de falta logo no primeiro minuto, feita por Renato, que chutou forte, mas ficou na defesa segura do goleiro Diego. O Atlético, por sua vez, nos minutos iniciais do segundo tempo enfrentava dificuldade para chegar ao seu campo de ataque. A primeira vez que isso aconteceu foi em jogada individual de Marcinho, aos 4min, mal finalizada por ele.

Aos 10min, o Atlético teve a melhor chance do jogo, quando Coelho cobrou falta de Ronaldo Angelim sobre Danilinho e colocou a bola no travessão. No minuto seguinte, Diego saiu nos pês de Danilinho evitando outro lance perigoso, numa tentativa atleticana de colocar pressão no jogo. O Flamengo, por sua vez, cadenciava o jogo e evitava que a bola corresse muito, buscando o ataque somente com, segurança e levando perigo mais nas bolas paradas. No final, o empate em 1 a 1 fez justiça a uma partida em que o equilíbrio foi a tônica.

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