No terceiro jogo da história entre Brasil e Canadá, os pentacampeões finalmente impuseram sua maior categoria contra um adversário que não carrega qualquer tradição no mundo da bola. Atuando no estádio Qwest Field, em Seatle, Estados Unidos, na noite deste sábado, os comandados do técnico Dunga não apresentaram um futebol convincente na maior parte do tempo, mas deixaram o campo com a esperada vitória: 3 a 2.
O resultado acaba com um mini tabu que existia na história dos encontros entre os rivais e mantém a seleção com 100% de aproveitamento na temporada, com três êxitos em três amistosos disputados (venceu Irlanda e Suécia por 1 a 0).
Antes do duelo da noite deste sábado, brasileiros e canadenses haviam se encontrado em duas oportunidades e empatado ambas: 1 a 1 em amistoso disputado no ano de 1994, com gol de Romário, e 0 a 0 em 2001, em jogo válido pela Copa das Confederações. Há um outro empate na história, também sem gols, mas a seleção brasileira que esteve em campo não foi a principal, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
Neste sábado, sem Kaká, que teve que passar por uma artroscopia no joelho, Dunga optou por realizar testes no início do amistoso e manteve estrelas como Alexandre Pato e Adriano no banco de reservas, formando o ataque com Robinho e Luis Fabiano e deixando a criação a cargo de Diego.
Inspirados no início, os ex-meninos da Vila não demoraram nem quatro minutos para mexer no placar. Gilberto fez bom toque para Robinho na esquerda. Com estilo, o craque do Real Madrid deu um elástico em seu marcador e rolou para Diego, que apenas deslocou do goleiro Onstad, fazendo 1 a 0 Brasil.
O gol animou a equipe canarinho, que passou a tocar a bola com rapidez e objetividade, criando seguidas oportunidades para ampliar. Na primeira chegada canadense, no entanto, a zaga bobeou, Júlio César saiu mal do gol e Friend deixou tudo igual, aos 11 minutos: 1 a 1.
O empate foi uma verdadeira ducha de água fria no Brasil, que chegou a se perder por alguns momentos e quase levou a virada ainda no primeiro tempo, quando, em novo vacilo da defesa, Nakajima apareceu livre na frente de Júlio César, mas tocou para fora. De Rosário também jogo fora a chance da virada e pagou caro por isso.
No contra-ataque, Gilberto subiu bem pela esquerda e cruzou para Luis Fabiano, que cabeceou forte. A bola estourou no peito do goleiro canadense e foi parar no fundo das redes, levando o Brasil em vantagem para os vestiários.
Marasmo, reação e, enfim, vitória: Os times voltaram iguais para o segundo tempo e o marasmo brasileiro, que pouco criava, foi castigado aos 11 minutos. Guzman avançou livre e, da meia-lua, acertou um lindo chute, de perna direita, sem chances para Júlio César: 2 a 2.
Mais uma vez surpreendido, o Brasil tratou de correr atrás do resultado e marcou o terceiro gol com Luis Fabiano, mas o árbitro marcou impedimento. Logo na seqüência, aos 17 minutos, Robinho recebeu presente da defesa canadense, driblou o goleiro e definiu o placar e a vitória inédita: 3 a 2.
Ainda houve tempo para as entradas de Alexandre Pato, Adriano e Rafael Sóbis, que tornaram o Brasil ainda mais ofensivo, mas o excesso de técnica não foi suficiente para marcar mais gols e a vitória canarinho foi mesmo apertado.
O próximo amistoso antes dos jogos contra Paraguai e Argentina, pelas Eliminatórias para a Copa de 2010, será sexta-feira, em Boston, diante da Venezuela, outro adversário sem muita tradição no cenário da bola.