As vésperas do primeiro jogo da decisão do Campeonato Mato-grossense contra o Cuiabá, o técnico do Mixto, Cláudio Adão, voltou a se queixar da falta de opções que tem dentro do elenco de jogadores. A lamentação, iniciada desde quando assumiu o comando técnico do time, ocorre justamente no momento em que ele perde o meia Geovani para a primeira partida da final.
Em bom momento, o jogador terá que cumprir suspensão automática por ter sido expulso na vitória de 1 a 0 sobre o Luverdense no segundo e decisivo jogo válido pela semifinal.
Para repor a perda de um homem de articulação e de bom chute a média distância, Adão tem à sua disposição apenas volantes como nos casos do prata da casa Jamba, Natan, que ainda não se encontra bem condicionado e Élber, que ainda busca seu espaço entre os titulares. Além deles, outro meia que poderia substituir Geovani está fora do confronto. Jean, que entrou na etapa final do jogo em Lucas do Rio Verde, também cumpre suspensão, desta vez, pelo terceiro cartão amarelo.
Adepto do futebol ofensivo e vistoso, o treinador mixtense chegou a cogitar a improvisação do atacante Felipe Adão, seu filho, para atuar como meia e promover o retorno de Paulo Henrique como titular ao lado de Marclei no ataque. Mas o técnico já descartou fazer essa manobra tática por temer ‘ser muito arriscada".
"Este tipo de alteração recuando o Felipe para o meio-campo precisa de algum tempo. Como o tempo é curto e o jogo está bem próximo, decidi não arriscar. A tendência é colocar um volante e liberar um pouco mais os alas para encostar no ataque", assinalou Cláudio Adão, ressaltando que o time perderia seu poder de marcação no meio-campo, já que o meia Robinho também não ter característica de ser defensivo.
Das opções testadas durante a semana de trabalho, Jamba é o mais cotado para ocupar a vaga deixada por Geovani. O jogador voltaria a fazer a dupla de marcação com Kiko com quem foi campeão da Copa Mato Grosso no final do ano passado em cima do União de Rondonópolis.
Embalado pelas duas vitórias consecutivas sobre o até então favorito Luverdense, Cláudio Adão por outro lado comemora a adaptação do grupo à sua filosofia de trabalho iniciada em meados de fevereiro quando assumiu o comando técnico do Alvinegro da Vargas. De lá para cá, o time disputou 12 jogos, conquistou seis resultados positivos, quatro empates e apenas duas derrotas. Uma delas para o União de Rondonópolis de 3 a 0 na reta final da primeira fase do Estadual e outra para o Vitória da Bahia por 5 a 1 no segundo e decisivo jogo pela Copa do Brasil. "Hoje o elenco sabe o que eu quero dele. Já há um grande entendimento de todos quanto a minha forma de trabalhar. O resultado está aparecendo com o time decidindo o título do campeonato e a nossa classificação à Série D", frisou.
Um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro com mais de 800 gols marcados, o treinador do Mixto acredita muito no trabalho para obter sucesso. Ao contrário de muita gente do meio futebolístico, Cláudio Adão não se apega em superstição quando está envolvido em alguma decisão. "Eu acredito muito no trabalho. Eu entro para ganhar, vou para cima para buscar a vitória. Trabalho muito para não precisar em me agarrar em superstição", finalizou o comandante alvinegro, que ainda não foi campeão como técnico.