A Copa América 2015 teve início positivo para os mandantes. Atuando no histórico estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago, na noite desta quinta-feira, o Chile recebeu o Equador e triunfou por 2 a 0. Os gols da vitória inaugural saíram apenas no segundo tempo, com Vidal – cobrando pênalti – e Eduardo Vargas, aos 21 e 38 minutos, respectivamente.
O resultado, construído com certo esforço, surgiu apenas quando o técnico mandante, Jorge Sampaoli – um dos seis treinadores argentinos no torneio – “corrigiu” a escalação da Roja. Após surpreender a torcida, promovendo a titularidade de Beausejour, apagado na primeira etapa, o comandante alviceleste resolveu apostar em Vargas. Responsável por alterar a dinâmica ofensiva de seu esquadrão, o ex-gremista aproveitou bom passe de Alexis Sánchez para sacramentar o placar favorável.
O jogo – Um dos seis técnicos argentinos presentes na Copa América 2015, Jorge Sampaoli surpreendeu ao confirmar o Chile com Jean Beausejour no posto do ex-gremista Eduardo Vargas, configurando um móvel esquema 4-5-1, que deixou Alexis Sánchez como único atacante. Tal esquema surtiu efeito nos primeiros 15 minutos, que tiveram Valdivia como protagonista.
Após perder a chuteira com menos de dez segundos, em dividida logo após a saída de bola, o meia do Palmeiras comandou o setor de articulação da Roja e deixou Alexis Sánchez em ótimas condições de abrir o placar por duas vezes. Porém, o único dianteiro da representação mandante não foi eficaz nas conclusões.
Logo no primeiro minuto, o camisa 7 recebeu bom passe do organizador palestrino, invadiu a área ganhando do gremista Erazo e falhou na conclusão, chutando fraco. Mesmo assim, a bola passou rente à trave esquerda. Com três jogados, o atleta do Verdão, depois de cobrança rápida de falta, acionou o dianteiro do Arsenal-ING, que tentou encobrir o gigante goleiro Domínguez, responsável por praticar boa defesa.
Passada a pressão inicial, o Equador, inoperante até então, criou a chance inaugural de perigo através de seu atleta mais lúcido. Responsável por cair pela ponta esquerda, Jefferson Montero invadiu a área em velocidade, quando o relógio apontou a marca dos 16, e fez o cruzamento rasteiro. A bola passou à frente de Fidel Martínez, atacante que deu dores de cabeça ao Atlético-MG na Copa Libertadores de 2013, defendendo o mexicano Tijuana.
Foi de Fidel Martínez também o primeiro chute dos visitantes. Aproveitando saída errada dos donos da casa, o camisa 9 arriscou da intermediária, aos 17 minutos, e exigiu boa defesa de Bravo, que se esticou no canto direito. Todavia, o disparo seria o último lance efetivo do dianteiro, que só foi lembrado até o final do primeiro tempo por falta dura em Vidal – responsável por lhe render o primeiro cartão amarelo da Copa América.
Contrastando com o início insinuante, o Chile caiu de rendimento e só voltou a assustar a representação tricolor com 38 jogados. Acionado por belo toque de letra de Vidal, o esforçado Isla invadiu a área pela direita e chutou firme, rasteiro. A finalização passou rente à trave de Domínguez.
Insatisfeito com o declínio de produção, Sampaoli decidiu abrir mão da aposta Beausejour, que pouco se apresentou, e adotou a escalação inicial projetada, promovendo a entrada de Eduardo Vargas no intervalo. Entretanto, a primeira chance do segundo tempo pertenceu ao Equador: Jefferson Montero invadiu a área pelo setor esquerdo e cruzou rasteiro. Enner Valencia, de frente para o gol, chutou com certa displicência e mandou rente à trave de Bravo.
Com 17 jogados, Vargas recebeu bom passe de Alexis Sánchez na área e finalizou forte, exigindo boa defesa de Domínguez. Porém, quando o relógio apontou a marca dos 21, o arqueiro não conseguiu evitar o primeiro gol da Copa América 2015. Vidal invadiu a área pelo setor direito e teve a camisa levemente puxada por Miller Bolaños. O árbitro apontou a marca da cal, para o protesto tricolor, e o camisa 8 não desperdiçou. O atleta da Juventus-ITA não tomou distância e chutou no ângulo esquerdo do oponente, que chegou a acertar o lado.
Aproveitando a baixa estatura da defesa chilena, o Equador quase empatou com 38 jogados: após cobrança de falta em que carimbou a barreira, Walter Ayoví, lateral esquerdo que joga com a camisa 10, alçou a bola na área e viu Enner Valencia cabecear no travessão. Dois minutos mais tarde, o Chile matou o jogo, em lance que sintetizou a “correção” que Sampaoli realizou na escalação mandante.
Renato Ibarra recuou a bola errado e presenteou Alexis Sánchez. O camisa 7 partiu em velocidade e teve lucidez para acionar Eduardo Vargas na área. O Turbo Man, preterido no início da partida, finalizou firme, rasteiro, e balançou a rede equatoriana. O tento, além de aliviar os donos da casa, pode garantir a sequência do atleta do Napoli-ITA na sequência do torneio internacional.