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Ceni também desmente Milton Cruz e gringos mostram a cara no São Paulo

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Rogério Ceni concedeu nesta quinta-feira sua primeira entrevista coletiva no CT da Barra Funda em 2017. Diferente de sua apresentação, desta vez o técnico do São Paulo teve ao seu lado na bancada os dois novos auxiliares do clube, que chegaram a pedido seu. Mesmo assim, Ceni também teve de explicar a situação de Milton Cruz, membro da comissão técnico tricolor por 22 anos e que acabou demitido em março do ano passado. Isso porque o próprio Milton, em entrevista à TV Gazeta, revelou ter recebido um pedido de Rogério Ceni para voltar a trabalhar no São Paulo, e que isso só não ocorreu por interferência da diretoria. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o presidente Leco e o diretor de futebol Jacobson Neto desmentiram o veto.

“Na verdade, o Milton faz parte da história do São Paulo, profissional de alto nível que ajudou muito no crescimento do clube, principalmente naquela época da Lei Pelé, e é um grande amigo, parceiro, conhecedor profundo de futebol. Mas seria incoerente da minha parte propor uma volta do Milton no mesmo mandato do presidente de quando houve sua saída. Não ouve veto, a apesar de eu saber da capacidade do Milton. Mas, também trouxe dois profissionais que confio bastante”, contemporizou Rogério Ceni, evitando criar mais polêmica, mas sem deixar de confirmar a versão da atual diretoria.

Com a comissão técnica formada e definida, cresce a expectativa para saber como Michael Beale e Charles Hembert poderão ajudar nessa primeira experiência do ex-goleiro como treinador. Enquanto Michael será auxiliar de campo e estratégia, Charles terá a função de supervisionar o futebol do clube. O francês, aliás, já se expressa muito bem em português, mas o inglês ainda corre com os estudos para se aprimorar com a língua. Mesmo assim, Michael já deu sua primeira resposta no novo idioma.

“Eu falo pouco português, também falo pouco inglês, são muitos problemas”, brincou, montando as frases de forma pausada. “Estou muito feliz aqui. Uma oportunidade. Grande clube. Muito respeito pelo Rogério. Eu aprendo todo dia, estudo português uma vez por vez por dia. Todo dia aprendo mais. Futebol é futebol. No Liverpool, no Chelsea, são muitos jogadores estrangeiros. Brasileiros italianos, franceses… não tem problema. Charles ajuda muito também. Rogério fala um inglês muito bom. É uma ótima oportunidade para mim”, comentou o britânico, ainda com bastante dificuldade.

Já Charles trabalhou na CBF por muito tempo, conhece o Brasil e fala português fluentemente, mesmo que em algumas situações lhe falte a melhor palavra. O “gringo”, como ele mesmo brincou na coletiva, espera contribuir com uma nova forma de gerenciar o futebol do clube e agradeceu pelo espaço.

“Primeiro queria agradecer ao São Paulo por essa oportunidade. Agradeço por terem confiado e acreditado no meu trabalho e sem esquecer a diretoria, que teve a abertura de mente de recrutar essa dupla de ‘gringos’, como vocês dizem. Pelo o que vejo não é uma coisa muito comum no Brasil. O fato de ter vivido uma Copa do Mundo, uma Copa América, ter convivido com muitos jogados internacionais e ter vivido todas essas experiências dentro das delegações, de ver as coisas boas e não tão boas, quero tentar fazer um resumo de tudo isso. Poder trazer isso para o São Paulo, tentar trazer uma visão inovadora na organização”, explicou o europeu, que esteve com Rogério Ceni na Inglaterra e participou dos mesmos cursos ao lado do ídolo são-paulino.

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