Na manhã desta quinta-feira, no Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou o que já se sabia: Luiz Felipe Scolari é o novo técnico da Seleção Brasileira de Futebol. E Carlos Alberto Parreira será o coordenador do time, em parceria formada para o título da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.
Felipão substituirá Mano Menezes, que, nunca tendo caído nas graças da diretoria da CBF, imprensa e torcida brasileiras, foi demitido após os maus resultados contra seleções de grande porte. Foram derrotas para Argentina, duas vezes, França e Alemanha, além das perdas dos títulos da Copa América de 2011 e os Jogos Olímpicos de Londres, neste ano.
Inicialmente, a entidade máxima do futebol brasileiro anunciaria o novo nome somente neste mês de janeiro, mas a pressão da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) pesou, já que o país organizador da Copa das Confederações de 2013 não teria um comandante no evento deste sábado, para quando está marcado o sorteio da fase de grupos da competição.
Muricy Ramalho, do Santos, Abel Braga, do Fluminense, Tite, do Corinthians, e até mesmo Pep Guardiola, ex-Barcelona, foram especulados para este cargo, mas o fato de Felipão agradar a quase todos e estar sem vínculo com clubes pesou. Já sobre o descarte do espanhol, a explicação foi a de que a Seleção não precisaria de um nome estrangeiro.
“Em Portugal, o povo foi crescendo junto com a seleção, que fez campeonatos maravilhosos. E é isto o que nós queremos que aconteça no Brasil”, afirmou Felipão, que passou pelo selecionado lusitano entre 2003 e 2008, apresentando boas campanhas na Eurocopa de 2004, com o vice-campeonato, e no Mundial de 2006, com o quarto lugar.
Já Parreira, que não teve boa aproximação com o torcedor brasileiro em 2006, foi mais enfático neste aspecto e pediu apoio para esta vez. “Cabe a nós fazer com que o torcedor se envolva. Temos que fazer com que ele se sinta orgulhoso da Seleção. É isto o que nós queremos. A Seleção tem que se sentir em casa, e amparada”, destacou o coordenador.
Parreira foi o comandante da África do Sul em 2010, quando o país sediou a primeira Copa no continente africano, e, diferentemente de 2006, quando voltou ao país xingado e com a desclassificação nas quartas de final para a França na bagagem, recebeu o apoio sul-africano. “Lá aconteceu uma coisa muito interessante. O apoio foi emocionante”, relembrou-se.
Ex-zagueiro, Felipão, que não se destacou com a bola no pé, iniciou a sua carreira como técnico em 1982, no CSA. O título de expressão, no entanto, só veio em 1991, quando foi campeão da Copa do Brasil, com o Criciúma. Já no Grêmio, entre 1993 e 1996, o treinador venceu uma Copa Libertadores da América e um Campeonato Brasileiro.
E foi no Palmeiras que o comandante, natural de Passo Fundo (RS), teve a passagem por clubes mais marcante: foram uma Copa do Brasil, uma Copa Mercosul, um torneio Rio-São Paulo e outra Libertadores. E o segundo lugar no Mundial de Clubes de 1999 não acalmou os ânimos de Felipão, que, dois anos depois, conquistou o penta do Mundial com a Seleção Brasileira.
Mas, após deixar o comando técnico canarinho, o gaúcho não viveu tantos momentos felizes assim. Mesmo com as boas campanhas com a seleção de Portugal na Eurocopa de 2004 e no Mundial de 2006, Felipão amargou rápida passagem pelo Chelsea e a participação no rebaixamento do Palmeiras, campeão da Copa do Brasil deste ano, à Série B do Brasileirão.
(Atualizada às 11:17h)